A espionagem dos Estados Unidos ocupou grande parte da pauta de discussões e resoluções da reunião ordinária do Parlamento do Mercosaul, nesta terça-feira (03.12), em Montevideu, no Uruguai. Segundo senador Inácio Arruda, membro efetivo do Parlasul, a retomada dos trabalhos, após três anos de paralisação, ensejou também um forte debate sobre integração da América do Sul, como um todo e em especial no que se refere a integração social.
Reunidos desde ontem (02.12), os membros do Parlasul decidiram adiar para até 31 de dezembro de 2020 o prazo para que os cinco países membros do bloco (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) escolham seus representantes na instituição por eleições diretas. Para evitar novas paralisações de atividades no futuro, existe proposta para que o Parlasul se reúna mesmo sem a presença dos cinco países integrantes.
A decisão será submetida ao Conselho do Mercosul, formado pelos presidentes dos cinco países. Atualmente, os integrantes do Parlasul são indicados entre os parlamentares eleitos para os respectivos Congressos.
O prazo atual para as eleições diretas, fixado há três anos, vence em 31 de dezembro do ano que vem, mas até agora só o Paraguai conseguiu eleger sua representação. A representação brasileira é composta de 27 deputados e dez senadores.
Outras deliberações
Para evitar novas paralisações de atividades no futuro, foi proposto que o Parlasul se reúna mesmo sem a presença dos cinco países integrantes. “Se tiver maioria de membros, vota-se e submete-se os resultados por 30 dias para a delegação faltante. Se em 30 dias ela não responder, assume-se como aprovado por todo o Parlasul.
Também foi aprovado o Orçamento do Parlasul para 2014. O Brasil é responsável pelo pagamento da maior fatia das despesas (40%, o equivalente a 1 milhão de dólares ou cerca de R$ 2,2 milhões), seguido por Argentina e Venezuela, com 20% cada um, e pelo Paraguai e Uruguai, com 10% cada um.
O Parlasul aprovou também uma moção de pesar pela morte do governador de Sergipe, Marcelo Déda, proposta pelo deputado Newton Lima. “Político brilhante e hábil articulador, tinha uma relação de amizade e respeito com todos os parlamentares, inclusive aqueles de partidos do campo ideológico oposto ao seu”, diz a moção.