ONU identifica progresso mundial e desafios na resposta à Aids


Em muitos casos, a estagnação do progresso se deve à falta de acesso a serviços essenciais relacionados com o HIV. Com frequência, populações-chave, como homens que fazem sexo com homens (HSH), usuários de drogas, transgêneros e profissionais do sexo não podem acessar serviços vitais.

“Cada pessoa importa”, afirma Michel Sidibé, diretor executivo do UNAIDS. “Se queremos manter nossa promessa de não abandonar ninguém, temos de garantir que os serviços relacionados com o HIV cheguem a todos que precisam.”

Leia também:
Ministério da Saúde amplia tratamento para pessoas com HIV
Investimentos focados em alcançar populações-chave não têm mantido o ritmo necessário. O financiamento de serviços de prevenção do HIV para HSH é especialmente escasso na Ásia oriental, Oriente Médio e norte da África, assim como na África subsaariana.

Existe grande defasagem de investimentos em vários países com alta prevalência do HIV entre usuários de drogas injetáveis. Em 10 países em que o grupo possui prevalência do HIV superior a 10%, apenas 5% dos recursos para o HIV são designados a programas de redução de danos.

Apesar do risco desproporcional que as profissionais do sexo correm de contrair o HIV, apenas uma pequena parte dos recursos mundiais de prevenção são destinados a programas para o grupo.

“No Brasil, a sociedade civil é muito presente, e a resposta à Aids se une à luta pela defesa dos direitos humanos no país”, afirmou Georgiana Braga Orillard, coordenadora do UNAIDS no Brasil. “O desafio de hoje é integrar os jovens no movimento, principalmente das populações mais afetadas. Precisamos usar mais a força do movimento LGBT.”

De acordo com o Ministério da Saúde, a prevalência do HIV entre HSH é de 10,5%, sendo de até 40% na faixa etária mais jovem em certas localidades.

Dados mundiais da AIDS

Estima-se que, em 2012, houve 2,3 milhões de novas infecções por HIV. Desde 2001, porém, registrou-se redução de 33%. Em 2012, novas infecções por HIV em crianças foram reduzidas a 260 mil, verificando redução de 52% desde 2001.

Graças à expansão do acesso ao tratamento antirretroviral (ART), as mortes relacionadas à Aids caíram 30% desde o pico alcançado em 2005.

Ao fim de 2012, por volta de 9,7 milhões de pessoas de países de renda baixa e média tiveram acesso ao tratamento antirretroviral, o que significa um aumento de quase 20% em apenas um ano.
Em 2011, os Estados-membros da ONU acordaram a meta de chegar a 15 milhões de pessoas em tratamento para 2015.

Entretanto, com a ampliação da cobertura do tratamento e das novas evidências sobre a efetividade do tratamento antirretroviral na prevenção do HIV, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu novas diretrizes para o tratamento do HIV, aumentando em mais de 10 milhões o número inicial de pessoas elegíveis ao tratamento.

Brasil amplia a oferta de tratamento antirretrovirais 

Em comemoração ao Dia Mundial contra a Aids, o Ministério da Saúde lançou uma estratégia que oferece tratamento antirretroviral a todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente da contagem de células de defesa CD4.

Estima-se que 718 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil atualmente e que 300 mil estão em tratamento. A nova estratégia fará com que mais de 100 mil pessoas passem a ser elegíveis ao tratamento de HIV.

O diretor executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, cumprimenta a nova ação brasileira. “O Brasil está novamente mostrando sua liderança na resposta à Aids. O governo abriu o diálogo com a comunidade sobre como o país pode ir além das atuais recomendações da OMS para oferecer tratamento para o HIV a todos”, afirmou.

A ação brasileira baseia-se na nova evidência do uso do tratamento como forma de prevenção. “Isso é revolucionário, e eu parabenizo o Brasil”, afirma Sidibé.

Em 2012, estima-se que 35,3 milhões [entre 32,2 e 38,8 milhões] de pessoas viviam com HIV no mundo; 2,3 milhões [entre 1,9 e 2,7 milhões] de pessoas se infectaram por HIV; 1,6 milhão [entre 1,4 e 1,9 milhão] de pessoas morreram por enfermidades relacionadas à AIDS.

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) une os esforços de 11 agências da ONU: ACNUR, UNICEF, PMA, PNUD, UNFPA, UNODC, ONU Mulheres, OIT, UNESCO, OMS e Banco Mundial. Leia o relatório sobre os dados mundiais da UNAIDS aqui.

Fonte: Portal Vermelho com informações da ONU
,