Enquanto o Equador considera levar o caso do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ao Tribunal Penal Internacional, o ativista, que divulgou documentos secretos e comprometedores da diplomacia mundial, deu uma entrevista à emissora espanhola Actualidad (ligada à Russia Today), que foi ao ar nesta sexta-feira (11).
Julian Assange, fundador do WikiLeaks, em entrevista ao programa “Detrás de la Noticia”, da emissoraActualidad, ligada à Russia Today.
Em entrevista ao programa “Por trás das Notícias” (“Detrás de la Noticia”, em espanhol), Assange disse que o WikiLeaks ajudou a salvar Edward Snowden, o ex-técnico da NSA que repassou documentos sobre a espionagem, de uma verdadeira caçada pelos Estados Unidos.
Assange recebeu asilo do Equador no ano passado, e tem esperado até então por um salvo-conduto do governo britânico para poder viajar ao país latino-americano.
“Estivemos envolvidos nos pedidos de asilo para Edward Snowden formal e informalmente para cerca de 20 países. Alguns, porque pensávamos tratar-se de uma chance decente, outros porque queríamos mostrar ao público as recusas, gerar algum debate público e consciência sobre como o seus governos estão se comportando”, disse Assange.
O fundador do WikiLeaks afirmou que, entre os países que se propuseram a recebê-lo estavam países latino-americanos (principalmente a Venezuela, a Bolívia e o Equador) e a Rússia, onde está Snowden atualmente.
Obama não tem comportamento civilizado
“Quando você o presidente [Barack Obama] falando sobre excepcionalidade, o que ele está tentando dizer é que as regras do comportamento civilizado não se aplicam a ele. Seja isso a invasão de algum outro país ou um abuso das leis nacionais”.
Assange criticou os EUA para afirmar que a administração atual é a que mais abusa do direito internacional em toda a história.
“Barack Obama indiciou mais gente sob o Ato da Espionagem, mais fontes jornalísticas sob o Ato da Espionagem do que todos os presidentes anteriores juntos, desde 1917”, disse.
Na verdade, Assange afirma, Obama indiciou o dobro daquele número. “Isto é uma decisão deliberada da Casa Branca de criar um efeito arrepiante, ao usar o Ato da Espionagem, ao invés de algum outro mecanismo”, concluiu.
Fonte: Russia Today – Tradução Portal Vermelho