Israel é responsável pela falta de avanço diplomático, diz Abbas


Presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, em encontro com a presidenta da Lituânia (na presidência da União Europeia), Dalia Grybauskaité.

Em mais uma demonstração da frustração palestina com as negociações de paz, retomadas em julho, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas disse que Israel será responsável pelo eventual fracasso de mais uma tentativa de solucionar o conflito histórico. Abbas deu declarações à imprensa nesta terça-feira (22), em visita à Lituânia (que ocupa a presidência da União Europeia), e respondeu a questões cruciais nas negociações.

Abbas visita a Lituânia devido ao posto de presidência semestral ocupado pelo país na União Europeia (UE). Recentemente, a presidência tcheca da instituição rendeu aos palestinos momentos de hiato em relação à UE, já que o governo da República Tcheca tem tomado posições claramente pró-israelenses.

O presidente palestino saudou o apelo da UE para que Israel suspenda a construção de colônias, embora a organização tenha recentemente colaborado com a criação de mecanismos jurídicos que ajudarão as instituições israelenses a contornar suas próprias diretrizes, que buscavam limitar ou dificultar o financiamento de centros de pesquisa e companhias que atuem em territórios palestinos

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Além disso, perguntado sobre a manutenção de tropas israelenses em vários locais do território do Estado da Palestina (como na fronteira com a Jordânia) a ser reconhecido, Abbas disse que se trata de uma condição inaceitável de Israel.

O governo israelense coloca este ponto e a desmilitarização palestina como posições exigidas para a garantia da sua segurança.

Se as negociações fracassarem, disse o presidente, de acordo com a agência de notícias AFP, “os israelenses serão o motivo desse fracasso, e não nós”.

O jornal israelense Maariv, citado pela AFP, informou na semana passada que as negociações não tinham avançado em setembro por causa de uma disputa em torno das futuras fronteiras.

“Eles não têm o direito de ficar em nossos territórios depois da assinatura do tratado de paz”, declarou Abbas, ressaltando que vai aceitar um Estado palestino desmilitarizado, mas que também pretende ter, “com base nos acordos de Oslo [assinados no início da década de 1990], uma forte presença policial”, disse.

Ocupação e colônias israelenses

Nesta segunda (21), a presidenta lituana Dalia Grybauskaité pediu que Israel “pare com o desenvolvimento de colônias nos territórios ocupados”, após um encontro com Abbas em Vilnius, ressaltando que “a União Europeia não reconhecerá colônias como parte de Israel”, de acordo com a agência palestina de notícias Wafa.

Uma nova sessão de negociações de paz entre israelenses e palestinos foi realizada na segunda-feira à noite, em Jerusalém, indicou uma fonte oficial palestina que pediu para não ser identificada, indicando que a questão dos recursos aquíferos havia sido tratada.

As fontes de água na Cisjordânia são um dos pontos graves no conflito israelense-palestino, já que o fornecimento e a distribuição são feitos pelas autoridades israelenses, de forma extremamente desigual, que leva milhares de palestinos a terem o acesso gravemente limitado ao recurso.

A presidenta lituana, citada pela Wafa, disse que “ambos os lados devem se abster de qualquer medida que possa arruinar um processo de paz bem-sucedido”, e classificou a construção de colônias de “prejudicial” ao progresso das negociações.

“As conversações de paz são a única forma de terminar com o conflito de décadas entre Palestina e Israel. É uma oportunidade histórica para as duas nações garantirem a paz e a estabilidade na região. A União Europeia apoia firmemente uma solução pacífica de dois Estados, que permitiria a Israel e à Palestina viverem lado a lado em paz e segurança”, disse a presidenta Dalia.

Fonte: Portal Vermelho com agências

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