Número de operações com aviões não tripulados e mortes de civis batem recordes na administração de Barack Obama
Oficiais dos EUA responsáveis por realizar ataques com drones devem ser julgados por crimes de guerra, concluiu nova pesquisa sobre direitos civis da Anistia Internacional divulgada nesta terça-feira (22/10). Além disso, diz a entidade, o governo norte-americano deve acabar com o “sigilo” dos ataques com aviões não tripulados no Paquistão e julgar os responsáveis pelas ações “ilegais”.
“Esse é um programa (de drones) secreto. Isso fornece aos EUA um direito de matar superior aos tribunais e às normas fundamentais do direito internacional”, afirmou Mustafa Qadri, um dos responsáveis pela nova pesquisa.
Desde 2004, entre 2.000 e 4.700 pessoas – incluindo centenas de civis – segundo diferentes avaliações, morreram em quase 300 ataques de drones norte-americanos em regiões rurais do Paquistão. No entanto, sob a administração de Obama, as operações que resultaram em morte tiveram número recorde – praticamente dobraram da administração de George W. Bush.
Barack Obama, em entrevista recente, defendeu o programa de drones. Para o presidente norte-americano, o uso de aviões não tripulados é legal e “salva vidas”, apesar das questões levantadas sobre a imprecisão dos ataques e a morte de civis. “Os terroristas que perseguimos matam civis. Estamos em guerra com organizações (Al-Qaeda e Taleban) que agora mesmo estariam matando o máximo de cidadãos norte-americanos que pudessem, se não os tivéssemos impedido antes.”
Segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado na semana passada, o número de civis mortos e feridos em ataques com aviões não tripulados norte-americanos em diversos países é muito mais elevado do que estimam dados oficiais dos EUA. As investidas de forças britânicas, israelenses e da OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte) com esses armamentos também superam números revelados pelos governos.
Para chegar a essa conclusão, a ONU investigou ataques realizados no Afeganistão, na Líbia, no Iêmen, na Faixa de Gaza, na Somália, no Iraque e no Paquistão, contrastando informações oficiais com de organizações independentes e estimativas da mídia
Fonte: OperaMundi