Para dar inicio as atividades do segundo semestre letivo, o Grupo de Estudos em Direito e Assuntos Internacionais – GEDAI, da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará – UFC, realizou no dia 06 de setembro, no Anfiteatro Prof. Willis Santiago Guerra Filho, a mesa redonda “Mobilizações Populares: Um Estudo Comparado de Egito, Brasil e Turquia à luz do Direito Internacional”. Participaram do debate, o senador Inácio Arruda, o professor Dr. Newton Albuquerque, o professor Dr. João Bosco Monte e o assessor parlamentar Daniel Menezes, representando na ocasião o vereador de Fortaleza, Evaldo Lima, e o Diretor de Assuntos Estudantis do Centro Acadêmico Clóvis Beviláqua, Carlos Magno.
O senador Inácio Arruda destacou em sua fala, a importância do debate, ressaltando que algumas regiões do mundo, ainda são pouco conhecidas e para se emitir uma opinião mais fundamentada sobre o que acontece nesses países, é preciso examinar com cuidado a realidade de cada um deles. “Costumamos ter informações sobre o oriente médio, por exemplo, a partir da perspectiva do ocidente, como os ocidentais pensam e veem o mundo árabe”.
Para o senador, as revoltas que ocorreram nos últimos anos em alguns países do oriente, mesmo enfrentando o Estado e algumas vezes derrubando governos ou representantes do poder estabelecido, não empreenderam mudanças significativas na qualidade de vida do povo. “Qual das primaveras árabes resultou num movimento avançado, progressista? Na nossa perspectiva, nenhum. Não foi possível empreender mudanças que atendessem as necessidades das camadas sociais emergentes, da juventude árabe, do povo árabe.”
De acordo com Inácio, já na América Latina, aconteceram transformações significativas, através da escolha de projetos políticos que atenderam aos anseios populares e imprimiram também um caráter socialista. “Aqui na América Latina houve um movimento crescente de mudanças do ponto de vista social, mas com um viés de esquerda, com governos que afirmam a sua orientação socialista”. O senador, porém faz uma ressalva: “um movimento para a esquerda na America Latina enfrenta uma fortíssima resistência”. Para Inácio, existe um aparato midiático, controlado por “conservadores” pertencentes a forças de orientação política de direita, que tentam desestabilizar os governos democráticos e populares na America Latina e principalmente no Brasil.
Ainda em sua fala Inácio disse que houve uma tentativa por parte de setores contrários as políticas sociais e econômicas implementadas pelo governo Dilma, utilizando parte da “grande mídia”, de dirigir o movimento popular brasileiro e as manifestações de junho. “Esses conservadores ainda dominam as mídias tradicionais e também a internet. Hoje eles detêm mais de 70% de todo o conteúdo da internet no Brasil e seus interesses são contrários aos do movimento progressista.” Para o senador, apesar dos inúmeros avanços, o país ainda enfrenta graves problemas que precisam ser resolvidos e que em certa medida motivaram as manifestações. “A maioria da população ainda tem grandes necessidades de mobilidade e infraestrutura urbana. Precisamos avançar nos serviços de saúde, moradia, educação. Então são justas as manifestações do povo”, disse, acrescentando, no entanto que os conservadores tentaram virar o movimento contra a presidenta Dilma. E não pelos problemas do governo e sim pelas virtudes do governo. Pela mudança na pirâmide social do país, cuja base teve um acréscimo de 70% em sua renda, enquanto que o topo, os mais ricos, mesmo com grandes lucros, cresceu apenas 5,6%. “Uma tentativa desses setores de impedir que o povo, nas manifestações dissesse: queremos mais e não o retrocesso, queremos é que o novo nasça inteiramente. O que desejamos é uma sociedade justa, humana, de cunho socialista e democrático”.
O que é o GEDAI
O Grupo de Estudos em Direito e Assuntos Internacionais (GEDAI) é um projeto da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, do qual participam alunos e professores de Graduação e de Pós-Graduação de diversas instituições de ensino superior, com o objetivo conjunto de cultivar o ensino e a pesquisa de assuntos internacionais no meio universitário.
Fonte: Assessoria do gabinete do Senador Inácio Arruda