Bezos afirmou que não tem um plano definido para o futuro do Post, em uma era em que os jornais se debatem com um problema de modelo de negócio. “Isto será território por explorar e vai ser preciso experimentação”, afirmou o empresário, garantindo, no entanto, que “compreende o papel crucial” do jornal em Washington e nos Estados Unidos e sublinhando que “os valores do Post nunca vão mudar”.
Jeff Bezos (que fundou a Amazon na própria casa, com um empréstimo equivalente hoje a 918 mil reais concedido pelos pais, e a transformou num gigante de vendas online) tem, segundo a revista Forbes, a 19.ª maior fortuna do mundo, estimada em 25,2 bilhões de dólares.
Na última apresentação de resultados, a empresa detentora do Washington Post comunicou que a divisão de jornais teve no segundo trimestre deste ano prejuízos de 14,8 milhões de dólares, uma subida face aos 12,6 milhões do mesmo trimestre de 2012.
A empresa tem ainda uma operação de televisão a cabo, televisões regionais, bem como um negócio de testes e preparação para exames, e todas estas divisões são lucrativas.
Ao longo do primeiro semestre do ano, os jornais do grupo sofreram uma queda de circulação impressa de 7,1% face ao mesmo período de 2012, totalizando uma circulação de 447.700 exemplares diários. Ao domingo, a queda foi de 7,6%, para os 646.700 exemplares.
A revista online Slate, o segundo título mais conhecido do grupo e que faz parte da mesma divisão de negócio do Washington Post, não vai ser incluída na venda, que deverá concretizar-se nos próximos dois meses.
Esta é a terceira operação em três dias de mudança de propriedade de títulos importantes nos EUA. O grupo IBT Media anunciou no sábado a compra da revista Newsweek por um valor não revelado. E no mesmo dia a empresa detentora do jornal New York Times anunciou a venda do Boston Globe por menos de 10% do valor que tinha despendido em 1993.