Ao abrir reunião da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), nesta quarta-feira (3), o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) protestou contra a decisão de Itália, França, Portugal e Espanha de impedir pouso do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales.
De acordo com Inácio Arruda, foi um ato de subserviência dos países europeus aos Estados Unidos, pela suspeita de que o avião estaria conduzindo o técnico de informática Edward Snowden, foragido após denunciar violação de privacidade praticada pelo governo norte-americano, “a estupidez americana de bisbilhotar a vida das pessoas” de todo o mundo. Ele lembrou que a aeronave presidencial “faz parte do território da nação” e deve ser respeitada.
Inácio considerou “absolutamente inaceitável” o governo português ter impedido o pouso do avião, que já estava previamente agendado. Com a proibição do sobrevoo na França, Itália e Espanha, o presidente foi obrigado a pousar na Áustria, o que pode ser caracterizado como “13 horas de sequestro do presidente da Bolívia”. Na sua opinião, os países que formam a União Europeia “devem se explicar à América Latina e a todas as nações” o ato vexatório praticado contra Evo Morales, feito que remete “à velha Europa colonial e decadente”, que atenta contra os direitos humanos. “Desde a Guerra das Malvinas não lembro de uma agressão desse porte a um país latino-americano”, afirmou o senador cearense.
Arruda cobrou uma “atitude veemente do Brasil” diante do assunto. Somente hoje, quarta, após a Áustria ter garantido que Snowden não estava no avião, os países autorizaram o sobrevoo de seus territórios.
Veja no vídeo o pronunciamento do senador.