O presidente palestino Mahmoud Abbas encontrou-se nesta terça-feira (16) com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, na Jordânia, para discutir “questões que podem contribuir com a criação da atmosfera propícia para a retomada das negociações” com Israel, segundo a agência de notícias palestina Wafa. Já a Organização para a Libertação da Palestina, enquanto isso, saudou a decisão da União Europeia, ainda que arrastada, de banir o comércio com colônias judias em territórios palestinos.
Reuters
Kerry disse que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mantém o seu compromisso com o estabelecimento de um Estado palestino, baseado na solução de dois Estados.
Apesar do empenho manifestado retoricamente pelos EUA na mediação de uma solução para o conflito Israelense-Palestino, questões fundamentais como o congelamento das construções de colônias judias em terras palestinas ainda são tratadas com pouca ou nenhuma ênfase pelos norte-americanos, embora seja um tema condicionante para a viabilidade de um Estado palestino.
Banir o comércio com as colônias
Em outro sentido, a Organização para a Libertação da Palestina saudou a decisão da União Europeia, embora tardia, de banir o comércio com as colônias judias em territórios palestinos, o que considerou um “passo significativo”.
Membro do Comitê Executivo da OLP, Hanan Ashrawi declarou: “saudamos este passo significativo que pede que todos os projetos da UE sejam conduzidos dentro das fronteiras pré-1967 e não em Jerusalém Leste, na Cisjordânia ou nas Colinas do Golã”, territórios ocupados por Israel a partir da Guerra dos Seis Dias, de 167.
A medida da UE inclui a proibição de financiamento, cooperação e fundos para pesquisa, entre outras coisas, a qualquer indivíduo ou instituição nos assentamentos ilegais, disse a representante da OLP.
“A UE avançou do nível de declarações, posições e denúncias para decisões políticas efetivas e passos concretos que constituem uma mudança qualitativa que terá um impacto positivo nas chances para a paz”, afirmou Ashrawi.
“A ocupação israelense precisa ser responsabilizada, e Israel precisa cumprir o direito internacional e humanitário, assim como os requisitos para a justiça e a paz”.
A ineficácia e até contra-prudutiva postura da UE é criticada reiteradamente por dizer-se favorável à solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino, ao mesmo tempo em que mantém comércio normalizado com Israel, inclusive de tecnologia bélica e de segurança imprescindível para a ocupação dos territórios palestinos.
Nesta quarta-feira (17), por exemplo, Richard Burden, membro do Parlamento britânico e do Grupo Parlamentar Grã-Bretanha Palestina, expressou preocupação com a escala de equipamentos militares e bélicos aprovados pelo Reino Unido para a exportação a países com registros “muito questionáveis” em direitos humanos, ressaltando o caso de Israel.
Com informações da Wafa,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho