Comissão do Senado debate o desenvolvimento do Nordeste


 

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) realizou nesta quarta-feira, 10, audiência pública para debater alternativas para o desenvolvimento da Região Nordeste. Presidida pelo senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), a mesa debatedora contou com a participação de Nicolle Barbosa de Alcântara, presidente do Centro Industrial do Ceará; Carlos Prado, Conselheiro da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará; Armando Avena, professor da Universidade Federal da Bahia; e Albertino Leal de Barros Filho, da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão.

 

Segundo o senador Inácio, “a CDR, pode-se dizer, foi criada a partir de uma demanda do Nordeste. O governo atual tem buscado olhar para a nossa região, mas temos que planejar esse desenvolvimento com a integração, como aponta o Movimento Integra Brasil. Esse debate tem que ganhar fôlego, inclusive porque no ano que vem teremos campanha presidencial. Quem puxa o investimento na logística, na infraestrutura, é o poder público. E o poder público tem que ter essa compreensão”.

 

Segundo Carlos Prado, “é necessário ter um olhar de quem quer realmente se integrar e se desenvolver. Precisamos, inclusive, da integração da malha ferroviária e rodoviária com a zona portuária, que tem recebido grandes investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”.

 

Armando Avena lembrou que “mais de 50 anos de política pública mostraram a necessidade de uma política para o semiárido. Embora crescendo, o Nordeste continua atrasado. Os programas de transferência de renda dão um suporte para a região. O Bolsa Família destina R$ 6,5 bi para os nordestinos. É uma boa transferência de renda, ajuda, evita uma situação pior, mas não resolve. Mas não são transformadores, para elevar o Produto Interno Bruto per capita do Nordeste”.

 

Albertino de Barros Filho acentuou que “a transferência de renda está investindo em consumo, o que é positivo, mas é necessária a formação de mão de obra, a industrialização, a geração de poupança local. No Maranhão, até arroz, que éramos o maior produtor, hoje importamos”.

 

Nicolle de Alcântara, do CIC, que idealizou e coordena o movimento Integra Brasil, Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo, considerou que “a reunião deu importantes sugestões, que serão acatadas pelo Integra Brasil” e reafirmou que “não se pode falar em desenvolvimento se não houver investimento em educação – tanto a fundamental, quanto o ensino técnico”.

 

 

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