Ele é membro da conhecida geração de ouro chilena. Juntamente com Camila Vallejo e Giorgio Jackson, dirigentes das Universidades do Chile e Católica, respectivamente, Camilo Ballesteros, ex-presidente da Federação de Estudantes da Universidade de Santiago, é uma das caras da mudança política de que o Chile necessita e pede nas ruas.
Talvez por esse sentimento expresso em cada uma das marchas das quais participou, Ballesteros – membro do Partido Comunista – ratificou seu desejo de se apresentar como candidato a prefeito pela importante comuna metropolitana de Estação Central. Para isso, defende, é importante que o PC e a Concertação (oposição) firmem um acordo com a finalidade de substituir o prefeito atual, Rodrigo Delgado, membro do partido ultra-direitista União Democrata Independente (UDI).
“Devemos aprender com os erros da última eleição, onde não se conseguiu esse acordo, o que fez com que a UDI seguisse nesse espaço. Temos em comum com a Concertação a compreensão de que é preciso derrotar a direita porque ela não respondeu às necessidades dos chilenos e devemos ser capazes de construir um acordo”, disse Ballesteros.
O líder estudantil acrescentou que essa aposta tem como finalidade “ver como hoje em dia é possível lançar candidatos jovens e obviamente criar um programa que seja suficientemente amplo, com o objetivo de trazer a cidadania para mais perto do município”.
As últimas pesquisas no Chile demonstram que a cidadania está cansada dos mesmos rostos e da maneira de fazer política de seus representantes. Os 23% de aprovação do presidente de direita Sebastián Pinñera e a perda de apoio da própria Concertação abre espaço para novas figuras como o próprio Ballesteros, Camila Vallejo ou Giorgio Jackson, que não descartaram seguir uma carreira política. Dos dirigentes antigos, só a ex-presidente socialista Michelle Bachelet, aparece com alguma probabilidade nas pesquisas, mas ainda não disse se disputará as eleições presidenciais de 2014.
O ex-presidente da Federação de Estudantes da Universidade de Santiago afirmou ainda que o governo de Piñera pode “passar à história impulsionando reformas educacionais ou deixar passar a oportunidade”.
Sobre os êxitos do movimento estudantil em 2011, disse que “não conseguimos as mudanças estruturais que queremos, mas temos um momento fundamental pela frente, que é a eleição presidencial de 2013”.
“Posso assegurar que todos os candidatos presidenciais, da direita à esquerda, terão um programa que contemple a reforma tributária e mudanças na educação. Então, o governo atual tem a oportunidade de passar à história como aquele que fez uma reforma da educação juntamente com os atores sociais, ou finalmente deixar que outro governo o faça”, sustentou Ballesteros.