O ministro das Finanças da Índia, Pranab Mukherjee, negou nesta segunda-feira (30) que o país pretenda interromper a importação de petróleo do Irã. “Não é possível para a Índia tomar qualquer decisão para reduzir drasticamente as importações do Irã”, disse Mukherjee, durante visita Chicago neste domingo (29).
Segundo o ministro indiano, poucos países produtores têm capacidade de atender às necessidades das economias emergentes, e o Irã está entre eles. As declarações foram publicadas pelo jornal The Times of India e reproduzidas pela agência estatal iraniana Irna. Cerca de 12% do petróleo consumido na Índia vem do Irã.
A decisão do governo indiano contraria a posição dos Estados Unidos e da União Europeia, que vêm aumentando a pressão política e econômica contra o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad, acusado de enriquecer urânio com o objetivo de produzir armas atômicas. O Irã nega as acusações e diz que seu programa nuclear tem apenas fins pacíficos.
Na semana passada, os 27 países membros da UE anunciaram um embargo total ao petróleo iraniano, a maior sanção já aplicada pela comunidade ao país persa. As potências ocidentais tentar convencer países aliados, como Japão e Coreia do Sul, a também suspenderem as importações iranianas. A Austrália já se rendeu ao apelo norte-americano. Ontem, um grupo de inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) chegou a Teerã para inspecionar as instalações nucleares do país.
Com o acirramento das tensões entre Irã e Ocidente, cresce o temor sobre uma intervenção militar no país. No último sábado, um grupo de cerca de 1.000 manifestantes protestou em frente à embaixada norte-americana em Londres contra uma possível guerra na Síria e no Irã.
No mesmo dia, o jornal Washington Post revelou que o governo dos EUA planeja enviar em breve uma base naval para a região do Golfo Pérsico, onde o governo iraniano já ameaçou interromper a circulação de boa parte do petróleo mundial.