A crise econômica internacional foi debatida nesta segunda (28), no Rio de Janeiro. O senador Inácio Arruda participou do evento promovido pela Fundação Mauricio Grabois (PCdoB), Fundação João Mangabeira (PSB), Fundação Perseu Abramo (PT), e Leonel Brizola-Alberto Pasqualini (PDT). O seminário, dividido em três painéis, abordou a crise Mundial do capitalismo, O Brasil frente à crise – as políticas macroeconômicas e O Brasil frente à crise – políticas desenvolvimentistas.
Economistas renomados como Maria da Conceição Tavares, Luis Carlos Bresser Pereira, Luiz Gonzaga Belluzzo, Marcio Pochmann também participaram do debate abordando as consequências da crise internacional para o Brasil e analisando possíveis saídas para a continuidade do crescimento econômico do país.
“Nós deveríamos fazer mais. Talvez a Comissão de Economia do Senado devesse realizar seminários dessa dimensão, reunindo as fundações dos partidos que estão no Governo e também os que estão na oposição, reunindo a sua intelectualidade, reunindo o seu movimento social, as estruturas organizadas da sociedade, a União Nacional dos Estudantes, a CUT, a CGT, a CTB, a Força Sindical; trazer para cá, debater os grandes temas – como proteger a economia brasileira em tempos de crise e ao mesmo tempo defender os direitos dos trabalhadores do nosso País”, destacou Inácio.
Papel do Brasil
O progresso social e econômico do País, iniciado na era Lula, deve continuar, mas com precaução durante o período de crise instaurado no mundo. “Como proteger o direito dos trabalhadores? Como proteger a economia nacional? Como impedir a desindustrialização, que é feita por forte pressão dos países desenvolvidos e também dos que estão a se desenvolver? É lógico, todos buscam o seu projeto. Mas qual é o nosso? Qual é o nosso caminho?”, questionou Inácio Arruda, durante o discurso no plenário do Senado Federal, ontem (29).
O Senador destacou ainda que com os Programas de Aceleração do Crescimento 1 e 2 foram criadas mais universidades, escolas de ensino técnico, descobriu-se o Petróleo na camada de pré-sal, agregando mais riqueza e gerando empregos. Entretanto, o governo precisa enfrentar o obstáculo da diminuição do ritmo de crescimento apresentado pela política macroeconômica e o “freio terrível” da política de juros.
“A política que favorece o rentismo, o parasitismo, a política que favorece, muitas vezes, a banca, e que impede que saltemos obstáculos maiores e façamos de fato o nosso País avançar com mais ousadia. Por isso, nós preconizamos que é preciso reduzir mais os juros. É preciso reduzir mais os juros. Nós temos a maior taxa de juros básica do mundo. Não há nenhum país desenvolvido, não há nenhum país em desenvolvimento com taxa de juros sequer perto. A distância entre nós, em termos de taxa de juros, e os países em desenvolvimento mais acentuado, como a China, ou a Índia, ou a África do Sul, ou mesmo a Rússia, é gigantesca. Nós precisamos rever isso. Isso precisa da capacidade política, da unidade política e da decisão política. E nós não temos como sair disso. Nós precisamos enfrentar essa questão”, argumentou Inácio.