O Movimento Social pela Educação no Chile protagonizará nesta quarta-feira (9), uma mobilização nacional até a cidade de Valparaíso, sede do Congresso, no dia em que começam os debates legislativos sobre o projeto de Lei do Orçamento de 2012.
O país vive há meses uma crise política, com uma onda de protestos sociais contra a educação de mercado.
Na opinião consensual de acadêmicos, professores e estudantes a proposta orçamentária do governo privilegia ainda mais o criticado modelo privatizador e desdenha o clamor de 80 por cento da população a favor de um sistema de educação pública e gratuita, que seja garantido pelo Estado.
É por isso que no início dos debates parlamentares se reuniram os principais atores de Movimento Social com os presidentes de todos os partidos da oposição interessados em intercambiar ideias sobre o Orçamento de 2012.
Os dirigentes da Confederação dos Estudantes do Chile instaram nessa reunião, realizada na véspera, as forças de oposição com representação no Congresso a evitar a rubrica de pactos lesivos à cidadania.
Não queremos que ocorra o que sucedeu em 2006, quando a direita e a Concertação traíram os "Pinguins", a disse a líder estudantil Camila Vallejo, que comentou como o governo tentou configurar um cenáario que exclui o Movimento Social.
O encontro entre os estudantes e a oposição política desencadeou uma forte reação na direita chilena. O senador da ultraconservadora União Democrata Independente, Jovino Novoa, acusou o bloco de oposição de esconder-se "por trás das saias de uma dirigente estudantil".
O deputado e presidente do Partido Socialista, Osvaldo Andrade, respondeu que em todo caso Novoa és quen tem história de vestir-se com as roupas de alguém e por isso atribui essa conduta aos outros. "Uma vez se vestiu por trás dos uniformes", indicou Andrade.
O dirigente do Partido Socialista defendeu o intercâmbio da oposição com os universitários e e recordou, nesse sentido, que "há seis meses há uma convulsão no país, com um movimento estudantil bastante forte e com muita legitimidade cidadã".