A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) recomendou nesta quarta (5) a adesão do Estado da Palestina, em resposta ao pedido de admissão feito pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), para que a Palestina seja admitida como Estado de pleno direito.
"Apresentaremos hoje (05) a proposta, e temos garantias de que seremos admitidos", havia dito mais cedo Mohammed Odeh, membro da Comissão de Exteriores do movimento Fatah, que compõe a OLP.
O Conselho Executivo da Unesco é formado por 58 países dos 193 Estados-membros e está reunido em Paris. Para a admissão, era preciso contar com uma maioria de 50% mais um dos votos. Dos 58, 40 votaram à favor da adesão Palestina, que teve amplo apoio dos países da América Latina, como Argentina, Chile, Cuba e Venezuela. Do restante, 14 países se abstiveram e 4 votaram contra a adesão "plena e total" da Palestina à organização.
Agora, para que a Palestina obtenha status de Estado membro da Unesco, a recomendação aprovada nesta quarta deve ser apoiada por dois terços dos 193 países membros que vão participar da Conferência Geral da Unesco, que acontece entre os dias 25 de outubro e 10 de novembro.
A França considerou o pedido prematuro. "A prioridade é a retomada das negociações com Israel, a Unesco não é o local apropriado. A conferência geral desta organização da ONU, prevista para o fim de outubro, não é o momento", afirmou o porta-voz do ministério francês das Relações Exteriores, Bernard Valero.
A solicitação faz parte dos esforços para obter da comunidade internacional o reconhecimento da Palestina como um Estado de pleno direito na ONU.
No dia 23 de setembro, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, entregou o pedido de reconhecimento ao Conselho de Segurança da ONU, durante a Assembleia Geral da ONU, mesmo com a oposição e a declaração de veto à proposta pelos Estados Unidos. Mesmo com a negativa americana, as negociações continuam.