A quinta-feira (6) foi marcada pelo clima tenso provocado pela repressão da polícia de Santiago (Chile) contra a 37ª marcha convocada elos estudantes da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), que terminou com repressão, 26 detidos e oito feridos, segundo um balanço preliminar da Intendência Metropolitana.
O governo e os lideres do movimento estudantil chilenos se acusaram esta quinta (6) mutuamente pela quebra de diálogo. Dessa forma, se intensificaram as manifestações e a repressão. A luta migrou também para o Congresso, onde o governo e a oposição parecem ter começado a sair da apatia em relação ao conflito, que já dura cinco meses.
Os confrontos violentos se estenderam por horas y tornaram irrespirável o centro de Santiago por causa dos gases lacrimogêneos lançados pela polícia especial, que também usou mangueiras e chegou a ferir e prender jornalistas,como revelaram as agências Prensa Latina e DPA e os jornais El Mercurio (Chile), La Nación (Argentina) e La Tercera (Chile).
“Isto é inaceitável, o governo não para de zombar do nosso povo, a repressão e a violência de hoje não têm precedentes”, exclamou a presidente da Federação de Estudantes da Universidade de Chile (Fech), Camila Vallejo.
Lembramos o tempo da ditadura militar
Em entrevista à agência Prensa Latina, o presidente da Confederação de Trabalhadores do Cobre do Chile, Cristian Cuevas, opinou que há uma clara manobra do governo de Sebastián Piñera para deslegitimar o grande movimento pela educação e criminalizá-lo.
Ele disse ter sido testemunha da violência com que foram reprimidos os estudantes e trabalhadores durante a mobilização desta quinta (6) na capital Santiago.
“Estávamos nas ruas para marchar pacificamente e ao ver a reação dos “Carabineros” recordamos os anos da ditadura militar”, afirmou Cuevas.
“Nem a repressão, nem o abuso poderão impedir o avanço desse processo social que vive o Chile e que profetizou Salvador Allende”, enfatizou.