A quarta edição do Fórum de Idéias Inovadoras em Políticas Públicas discutiu, na manhã desta quinta-feira (09/06), “O Cinema Brasileiro no Contexto Audiovisual Contemporâneo”. O debate aconteceu no Complexo das Comissões Técnicas da Assembléia Legislativa do Ceará, e reuniu importantes nomes do audiovisual no País.
Um dos convidados foi o presidente da Agência Nacional de Cinema – ANCINE, Manoel Rangel. Para ele, o cinema brasileiro, apesar de viver um momento extraordinário, ainda tem muitos desafios a enfrentar. "Temos um processo de crescimento de salas de cinemas, expansão do serviço de televisão por assinatura e o maior mercado do mundo de DVD. No entanto, é preciso discutir qual cinema, qual audiovisual serve para o nosso projeto de nação e como fazer do Brasil um grande centro produtivo de audiovisual, com a expansão do mercado interno", disse ele.
O senador Inácio Arruda, considerado pelos cineastas como um "grande amigo do cinema brasileiro e um de seus maiores apoiadores", destacou na ocasião, que a política pública do audiovisual e da cultura como um todo, também fazem parte da atividade econômica. “É preciso mostrar que o segmento arte, lazer, entretenimento emprega com valores salariais maiores que o da indústria”, disse, complementando que "o Brasil, com essa sua continentalidade, tem condições de ter uma política pública que contemple todas as regiões, aumentando a capacidade produtiva dos brasileiros".
A secretária do audiovisual do Ministério da Cultura (Minc), Ana Paula Santana, afirmou que o Brasil está num momento de constante avanço do setor. Segundo ela, até 2014 a indústria cinematográfica vai ter um crescimento de, aproximadamente, 8,7% ao ano. Ana Paula defendeu a necessidade de se capacitar profissionais para trabalhar no setor nos próximos anos. “É preciso investir na capacitação de profissionais para abarcar todo o talento brasileiro”, pontuou a secretária, informando que na próxima década a indústria brasileira ligada ao audiovisual vai perder lugar apenas para a China.
O diretor de fotografia dos filmes “Era do Gelo 3” e “Rio”, Renato Falcão, também avaliou que o Brasil está em um momento positivo de mudanças e de crescimento na área do audiovisual. Segundo ele, o Governo Federal é o maior investidor da produção cinematográfica do País.
“Se não existisse Estado, nada seria feito. Estamos deixando de fazer uma escola para que esta verba seja investida. Então, a sociedade deve ser contemplada com as bilheterias e não apenas se limitar a festivais. Se as pessoas não podem assistir e contemplar, é fracasso do produtor e do Governo”, declarou Falcão.
O pró-reitor de Graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC), Custódio Almeida, lembrou que a partir de projetos do Governo Federal, foi possível abrir 27 novos cursos na Universidade, entre eles, as faculdades de cinema, teatro, dança e audiovisual. “Em breve teremos profissionais capacitados facilitando o crescimento da indústria cinematográfica”, concluiu.