Funcionários do governo palestino temem cortes nos pagamentos este mês depois que Israel congelou a transferência de impostos, em reação ao acordo de união das duas facções rivais do movimento de independência palestino.
Muitos acreditam, no entanto, que o surpreendente acordo entre a secular Fatah do presidente Mahmoud Abbas e os islâmicos do Hamas em Gaza valerá a pena se encurtar o caminho para a criação de um Estado.
Israel se recusa a tratar com o Hamas, que não reconhece o Estado judeu. Os dois chegaram perto de uma segunda guerra no mês passado.
No domingo, Israel bloqueou a transferência de 105 milhões de dólares em impostos alfandegários e outras taxas que arrecada em nome da Autoridade Palestina (AP), que é controla por Abbas e está engajada em um processo de paz com os israelenses.
O governo de Israel disse que não permitirá que o Hamas tenha acesso às receitas.
Autoridades palestinas alegam que essa preocupação não tem fundamento, já que qualquer novo governo palestino será formado por independentes. O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, afirmou que a AP não poderá pagar salários a menos que Israel libere as receitas de abril.
Dependente de ajuda, o governo teria que fazer empréstimos para remunerar seus 155 mil funcionários, afirmou Fayyad aos repórteres na segunda-feira.
Como a maioria dos funcionários do governo, Nidal Arar, de 47 anos, tem um apartamento hipotecado na capital administrativa, Ramallah.
"Estou muitíssimo preocupado", disse o pai de três crianças. "Posso terminar recebendo só metade do meu salário. Vamos sofrer. Mas não me importo se as divisões acabarem de vez", declarou.