Legisladores do Movimento para o Socialismo (MAS) recusaram nesta sexta-feira () a intransigência da Central Obreira Boliviana (COB) em sua decisão de se distanciar do diálogo convocado pelo Executivo para responder as diversas demandas.
Hoje, em seu oitavo dia manifestações de pressão e bloqueio das principais avenidas da capital, La Paz, parlamentares pediram aos líderes sindicais para não suscitar mais violência e comparecer à mesa de negociações, sob o apelo de um aumento salarial acima de 10%, como foi decretado na sede do governo boliviano, Palácio Quemado.
O deputado Antonio Molina questionou as movimentações da COB e apoiou a convocação governamental para retomar o diálogo, motivo pelo qual chamou o setor para discussão.
“Não são todas as organizações sociais que acatam a greve indefinida; somente os mineiros, professores e a Caixa Nacional de Saúde os que estão mobilizados”, apontou. Molina agregou que os camponeses, indígenas, colonizadores, comerciantes e transportadores apóiam as medidas do governo nacional.
Um dos dirigentes da COB, Bruno Apaza, apontou que foi enviada uma carta ao gabinete recusando a mais recente iniciativa de restabelecer as práticas. Apaza enfatizou que a COB espera conversar somente com o presidente Evo Morales.
Em relação à reunião com a COB, o ministro da Presidência, Oscar Coca, esclareceu que os encontros para discussão são vitais para evitar manifestações violentas que afetam a população civil.
Coca disse também que os protestos assustam crianças, idosos e mulheres, sobretudo pelo emprego pelo emprego de dinamites. Ele lamentou ainda que esse fatos prejudiquem os necessitados. Segundo ele, o chamado para a greve geral não está ocorrendo, já que o sistema financeiro, a atividade produtiva e o comércio do país funcionam sem problemas.
“As mobilizações refletem brigas internas entre líderes para ganhar espaço dentro da própria organização, com o objetivo de ascender para o congresso de 1º de maio”, afirmou Coca.