Inácio Arruda: Copa deixará grande legado


O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) previu nesta terça-feira (), no Plenário, que a Copa do Mundo de 2014 deverá agregar R$ 183 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB), de 2011 até 2019. De acordo com ele, serão investidos cerca de R$ 23 bilhões em infraestrutura e R$ 10 bilhões no setor de serviços. O senador apostou que os mais de 600 mil turistas esperados para os jogos trarão cerca de R$ 3,9 bilhões ao país. A arrecadação de impostos, acrescentou, terá um acréscimo de R$ 16 bilhões.

De acordo Inácio Arruda, as 12 cidades que sediarão os jogos já têm amplos projetos de mobilidade urbana, e os estados receberam financiamento do governo federal para tocar empreendimentos e reformar ou construir estádios.

– Muitos desses empreendimentos já poderiam ter sido iniciados, mas foram exigidas mudanças nos projetos de obras civis e infraestrutura aeroportuária, inclusive no Congresso. Fizemos nossa parte para garantir ao país que ele tem condições de realizar a Copa – afirmou.

O senador pelo Ceará acrescentou que o evento deve gerar maior consumo das famílias, aumentar a recirculação do dinheiro e abrir novos postos de trabalho. Nas contas de Inácio Arruda, serão criados 332 mil empregos permanentes de 2009 a 2014.

– Isso modifica e melhora a vida nas cidades. O nosso país está examinando a possibilidade de abrir mais amplamente o seu mercado de trabalho porque nas grandes cidades já está faltando mão de obra especializada e, em alguns casos, até não especializada.

Inácio Arruda afastou a possibilidade de os estádios serem mal aproveitados depois da Copa, problema enfrentado por países sem tradição no futebol que já hospedaram a competição.

– Se tem uma coisa que o brasileiro gosta é de futebol. Esses estádios não serão desperdiçados. É claro que nenhum empreendimento dessa ordem será desperdiçado. Estamos aproveitando a Copa para melhorar nossas cidades, pois a Copa dura um mês, mas deixará um grande legado para o Brasil – disse o senador, informando que Fortaleza, uma das sedes da competição, terá investimentos no porto, metrô, rodovias, trens e ônibus.

Leia íntegra do pronunciamento:

 

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores, quero me reportar rapidamente à discussão que o País inteiro está travando.

Ontem estivemos numa Comissão da Câmara no meu Estado, o Ceará, discutindo os empreendimentos que o País está fazendo e que, entre outras coisas, contempla a realização do Campeonato Mundial de Futebol que ficou conhecido entre todos, pelo mundo afora, como Copa do Mundo.

Considero importante fazer esta observação sobre esse evento, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, porque sempre se levanta muita dúvida: o País tem condições?

Nós temos competência? Quem tem a responsabilidade?
Eu digo: embora o empreendimento seja privado, para que a Copa se realizasse no Brasil, o Governo assumiu uma série de compromissos, entre eles adequar os meios para que todos pudessem participar do evento.

Isso inclui um amplo projeto de mobilidade urbana, que já envolveu as 12 cidades da Copa do Mundo desde o ano de 2010. Em seguida, este ano, o Governo da Presidenta Dilma, já com o novo Ministro das Cidades, apresentou o Projeto da Mobilidade para 24 cidades e, mais uma vez, contemplou as 12 cidades que vão participar da Copa do Mundo.

Os Estados foram financiados pelo Governo Federal para empreendimentos e, ao mesmo tempo, receberam recursos para reformar as suas arenas e outros assumiram a responsabilidade pública de construir novas arenas para a realização da Copa do Mundo.

Muitos desses empreendimentos já poderiam ter sido iniciados, mas exigiram modificações que nós fizemos aqui no Congresso Nacional, para permitir que se desse celeridade às obras civis, de infra-estrutura aeroportuária, de vias, que estão incluídas entre as obras civis, que se ampliassem os serviços.

Quer dizer, digamos assim, no Congresso Nacional, nós fizemos o que chamamos de “a nossa parte”: garantir ao País que ele tenha condições de realizar esse grande empreendimento.

Digo aos senhores que tenho conversado sistematicamente com o Ministro do Esporte, Orlando Silva, um jovem entusiasta e coordenador do grupo de trabalho dentro do Governo, que reúne mais de dez Ministérios, que tem um grupo chamado Executivo da Copa, que reúne o Ministério do Esporte, Casa Civil, Ministério da Fazenda, Planejamento e Turismo. Esse tem a responsabilidade mais direta de acompanhar o dia a dia, de fazer um balanço quinzenal sobre os empreendimentos em torno da realização da Copa do Mundo.

Digo que, desse ponto de vista, o nosso País vai realizar a Copa com êxito. Em muitos locais, com arenas novas e com uma infraestrutura que servirá à Copa do Mundo, mas, sobretudo, será o seu grande legado.

E cito, Sr. Presidente, alguns investimentos rapidamente. A Copa de 2014 deverá agregar algo em torno de R$183 bilhões ao PIB até 2019, porque ela vai ter efeitos posteriores.

Só na área de infraestrutura, obras civis, 23 bilhões de investimentos; na área de serviços, 10 bilhões. Isso tem grande significado para a economia brasileira.
Isso modifica e melhora a vida nas cidades do nosso País, criando simbologia de que devemos manter esse ritmo de investimentos na nossa Nação.

Hoje, Presidente Pedro Taques, o nosso País está examinando a possibilidade de abrir mais amplamente o seu mercado de trabalho porque nas cidades e nas grandes cidades a mão de obra especializada está faltando. Em algumas cidades, mesmo a mão de obra não especializada está faltando. Isso é muito bom, isso é significativo.

Daqui a pouco, a gente pode pedir com mais força, neste plenário, a redução da jornada de trabalho e, trabalhando menos, aparecer mais gente para trabalhar porque antes eram menos horas para incluir mais e, agora, são menos horas para poder espalhar mais essa mão de obra pelo país inteiro.

Gastos incrementais dos turistas. Nós vamos ter, só na Copa, mais de 600 mil turistas. Isso dá um adicional de recursos da ordem de 3,9 bilhões. Três milhões nacionais, mais 5,5 bilhões. Implemento no consumo das famílias. Mais 5 bilhões de investimentos.

Recirculação do dinheiro na economia. Geração de 332 mil empregos permanentes de 2009 a 2014 e de 381 mil empregos temporários até 2014.

Aumento do turismo e do uso dos estádios após a Copa porque, no Brasil, temos essa facilidade. Não haverá arena esportiva que vá ficar sem aproveitamento porque uma coisa que a gente adora é futebol. Ninguém pode ter dúvida quanto a isso.

Quanto a tributos, vamos ter também uma arrecadação significativa de 16,8 bilhões a mais. Podemos citar 12 estádios, alguns novos e outros reformados, como é o caso do Castelão, lá no Estado do Ceará.

Cinquenta projetos em mobilidade urbana. Só no Ceará, quero citar, vamos fazer um veículo leve sobre trilhos, um corredor viário, quatro BRTs, transporte rápido de ônibus – é uma sigla inglesa que tem tradução fácil para o português –, estações de metrô. Vamos ampliar uma nova linha de metrô chamada Linha Leste, que vamos começar a construir agora nesse período. Vinte e cinco em 13 aeroportos vão receber ampliação ou vão ter terminais novos e vão ser remodelados.

Sete portos – e digo que, no Ceará, era um sonho nosso que o nosso porto também fosse de passageiros e não só de cargas, um porto de turistas. Há navios de turismo hoje rodando a nossa costa, e queremos que eles parem no Ceará para a turma também ver a nossa praia, sentir o nosso calor, dançar o nosso forró e deixar ali uns recursozinhos e mais empregos para o nosso Estado, o Estado do Ceará.

Então, Sr. Presidente, todos esses investimentos são as nossas…

Posso dizer, neste minuto final: é claro que nenhum empreendimento dessa ordem, que inclui uma Copa do Mundo, que está ali, no ano de 2014, mas o mais significativo é que se está aproveitando a Copa do Mundo para melhorar a vida das nossas cidades, para melhorar a circulação urbana, para melhorar o transporte público, e a Copa dura um mês… Depois, isso vai ficar como um grande legado para o povo brasileiro. Esse é o grande significado.

É esse ritmo que nós queremos ter no Brasil de forma permanente, porque isso é que induz a mais e mais crescimento, é isso que distribui riqueza, é isso que gera emprego, e é este momento que estamos vivendo no Brasil.

O que eu gostaria é que tivéssemos tido tudo isso há muito e muito tempo. E digo, Sr. Presidente, ao concluir, que examinei agora um estudo do TCU.

O TCU afirma, por intermédio de material de avaliação do seu presidente, nosso amigo Benjamin Zymler, a quem temos aperreado bastante. Lembro-me de quantas vezes tivemos que nos reunir com Benjamin em relação à transposição de água do Rio São Francisco, e ele acompanhou isso pari passu.

Mas o Tribunal de Contas disse que 90% dos projetos contêm boas práticas. Isto é muito importante: um acompanhamento mais próximo do Tribunal. Tenho falado isto a respeito do Ministério Público: que queremos o Ministério Público acompanhando é na hora de realizar a obra, para que a gente não atrase um segundo, um minuto, uma hora, um dia sequer a entrega dessas obras, para que sirva ao povo brasileiro e possa atrair cada vez mais turistas para o nosso País num momento tão importante que estamos vivendo.
Então, agradeço, Sr. Presidente, a tolerância.

Obrigado.