Sarkozy é derrotado em eleições locais na França; esquerda cresce


O segundo turno das eleições locais realizadas neste domingo (27) na França confirmou o avanço do Partido Socialista, da Frente de Esquerda (comunistas e aliados de esquerda) e da Frente Nacional, de extrema-direita. O grande derrotado foi o presidente Nicolas Sarkozy.
As eleições de domingo na França também foram marcadas por uma abstenção recorde de 56%.

A União por um Movimento Popular (UMP) do presidente francês, Nicolas Sarkozy, sofreu uma grande queda e perde o controle de três departamentos, Jura, no leste, os Pireneus Atlânticos, no sudoeste, e o departamento de ultramar da ilha de Reunião, segundo as estimativas.

A líder do Partido Socialista, Martine Aubry, considerou que o resultado nas eleições locais "abre a porta da mudança" que tem que concretizar-se na disputa presidencial do próximo ano.
“Os franceses mostraram seu descontentamento com a situação do país”, disse.

O presidente da UMP, Jean-François Copé, por sua parte, atribuiu os maus resultados à crise econômica que o país atravessa e afirmou que o governo "deve seguir trabalhando para apresentar respostas".A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, considerou que o resultado mostra "o fracasso dos partidos tradicionais".

O secretário nacional do Partido Comunista Francês, Pierre Laurent, que também lidera a Frente de Esquerda (coalizão entre comunistas e outros agrupamentos de esquerda fora do Partido Socialista) declarou que “os resultados do segundo turno das eleições regionais conhecidos até agora garantem a vitória das forças de esquerda".
"Trata-se de uma derrota dos candidatos da direita e mais particularmente da maioria presidencial".

Segundo Laurent, "os eleitores claramente castigaram a política de Nicolas Sarkozy". O dirigente com unista ressaltou o papel da Frente de esquerda que "contribuiu amplamente para essa vitória e foi confirmada como a segunda força de esquerda. Mais de cem conselheiros gerais de nossa coalizão foram eleitos e reeleitos". Os comunistas presidirão dois Conselhos Gerais com folgada maioria.

Laurent diz ainda que as lições destas eleições não devem ser esquecidas. "No momento em que a direita é rejeitada e quando é crescente a desconfiança em relação à vida política, a prioridade das forças sociais e democráticas deve ser doravante a construção de uma alternativa de esquerda crível".