Morales chama nação e militares a defender dignidade da Bolívia


O presidente Evo Morales conclamou o país nesta quinta-feira () a defender a dignidade e a soberania da Bolívia no que diz respeito à luta contra o narcotráfico. Em ato de condecoração e entrega de sabres a novos generais e almirantes das Forças Armadas, o estadista recordou os tempos em que a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) ordenava a oficiais do país andino o que tinham que fazer no enfrentamento de flagelo.

Morales ratificou em 2009 a decisão de suspender no país as operações da agência, acusada de respaldar grupos opositores que prepararam um golpe de Estado há dois anos. “Enquanto for presidente, nenhum militar estrangeiro e armado, nem a DEA, voltará à Bolívia. Somos um pequeno país, com limitações, mas primeiro estão a dignidade e a soberania nacional”, disse.

O chefe de Estado comentou um recente livro – A guerra falsa, escrito pelo ex-agente Michael Levine, que passou 25 anos no DEA, subordinada à CIA – que mostra as ações visando desestabilizar os governos democráticos da região e apoderar-se dos recursos naturais. Nesse sentido, explicou que por trás da suposta luta contra o contrabando e o tráfico de entorpecentes se escondem interesses geopolíticos de Washington.

O estadista condenou também ataques da oposição sobre supostos vínculos do Estado Plurinacional com o narcotráfico, a partir da detenção no Panamá, em fevereiro, e acusação nos Estados Unidos do general afastado da polícia, René Sanabria, que de 2007 a 2008 atuou como chefe da Força Especial de Luta contra o Narcotráfico.

Sobre isso, ratificou a política de que seja quem for, alto oficial ou legislador, ministro ou militante do Movimento ao Socialismo – de apoio ao governo – terá que responder diante dos tribunais.

Morales disse ainda que foram presos 38 policiais efetivos vinculados a uma rede de narcotraficantes com a qual Sanabria está sendo acusado de manter ligações.

Também chamou novos generais e almirantes e a todos os oficiais a respeitar o compromisso com a pátria e o povo e ser exemplo de transparência, lealdade e disciplina dentro e fora da instituição.

Por sua vez, o almirante Armando Pacheco, chefe das Forças Armadas Bolivianas, ratificou o compromisso com o processo de mudança que Morales encabeça desde 2006.