O governo da Líbia anunciou nesta sexta-feira a suspensão imediata de sua ofensiva militar contra os oponentes do regime do líder Muamar Khadafi.
O ministro do Exterior líbio, Moussa Koussa, disse que o governo foi obrigado a adotar a medida após a aprovação, pelo Conselho de Segurança da ONU, da criação de uma zona de exclusão aérea no país.
"De acordo com o artigo 25 da Carta da ONU (…) e levando em consideração o fato de a Líbia ser membro da ONU (…) concordamos que somos obrigados a aceitar a resolução do Conselho de Segurança (…). Portanto a Líbia decidiu por um cessar-fogo imediato e uma imediata paralisação de todas as operações militares", disse o ministro a jornalistas.
Na quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que estabelece uma zona de exclusão aérea na Líbia e autoriza "todas as medidas necessárias" para "proteger civis e áreas habitadas por civis" de ataques das forças do coronel Khadafi.
O ministro Moussa Koussa criticou a decisão do Conselho de Segurança, dizendo que ela viola a Carta da ONU e a soberania da Líbia.
Horas
Depois da aprovação da resolução da ONU, um representante do governo francês informou, nesta sexta-feira, que a ação militar ocidental contra a Líbia começaria nas próximas horas, com a França sendo o primeiro país a participar dos ataques aéreos.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também afirmou nesta sexta-feira que os aviões de guerra britânicos serão enviados para bases aéreas no mar Mediterrâneo, para preparar uma ação contra a Líbia e que a Grã-Bretanha vai trabalhar com os aliados para garantir a aplicação da resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Cameron afirmou também no Parlamento britânico quem um ultimato contra Khadafi será anunciado ainda nesta sexta-feira.
A resolução recebeu dez votos a favor e nenhum contra na votação da noite de quinta-feira, mas cinco países – incluindo China e Rússia, membros permanentes do Conselho, e o Brasil – se abstiveram.
Um porta-voz do governo líbio afirmou que a resolução da ONU era uma "agressão". E um dos filhos de Khadafi, Saif al-Islam, afirmou que a resolução era "injusta", pois a Líbia não estava bombardeando civis.
Concentradas na cidade de Benghazi, no leste do país, forças contrárias a Khadafi comemoraram o anúncio da ONU.
A resolução, de número 1.973, foi proposta por Grã-Bretanha, França e Líbano e contou com apoio dos EUA.
Antes do anúncio do cessar-fogo, havia combates entre as tropas leais ao líder Muamar Khadafi e as forças rebeldes. Tropas do governo continuavam avançando pelo leste do país, em direção à Benghazi, e também ocorreram confrontos na cidade litorânea de Al-Zuwaytina.
Os rebeldes também relataram que as forças do governo estavam bombardeando a cidade de Mistrata, no oeste.