Antonio Guerrero e Gerardo Hernández, dois dos Cinco Cubanos presos em Miami, apresentaram, no dia 21 último, depoimentos importantes para o seu pedido de "habeas corpus”. Esta é considerada a última oportunidade de revogar as sentenças injustas que os cubanos cumprem.
Hernandéz cumpre pena de prisão perpétua, sem direito à liberdade condicional e, pela primeira vez, explica por si mesmo que é inocente no atentado a dois aviões da organização Hermanos al Rescate.
O depoimento foi entregue à juíza Joan Leonard, da Corte Distrital. Nele, Hernández ressalta que não teve participação no fato e que, se soubesse que havia sido acusado de "conspiração para cometer um assassinato”, em um julgamento separado, teria apresentado testemunho em sua defesa. O cubano lista detalhes que mostram sua inocência, mas que não pôde apresentar em tribunal.
Já o depoimento de Guerrero, de cerca de 25 páginas, além de apresentar evidências da inocência de todo o grupo, denuncia que o governo dos Estados Unidos subornou jornalistas de Miami para que fizessem uma cobertura imparcial do julgamento dos Cinco, como são conhecidos.
A irregularidade foi descoberta a partir da aplicação da Lei de Liberdade de Informação (FOIA, na sigla em inglês), solicitada pelo Comitê Nacional para a Liberação dos Cinco Cubanos. Na opinião de Gloria La Riva, coordenadora do comitê, esta foi uma campanha anticubana. Ela ressalta a importância de disseminar os documentos entre políticos, comunicadores e sindicalistas "para que conheçam a verdade sobre como a Casa Blanca continua sua hostilidade contra Cuba”. O próximo depoimento será apresentado pelo cubano Ramón Labañino.
Para falar sobre as evidências de inocência dos cubanos, o Comitê promoveu no último dia 22 uma coletiva de imprensa com os advogados Richard Klugh, da equipe legal dos Cinco Cubanos, e Mara Verheyden-Hilliard, da Sociedade pela Justiça Civil.
Para Gloria, o momento é propício para conscientizar o público, desde pessoas solidárias aos cubanos, até veículos de comunicação e políticos como Obama. "O mais importante é o pedido que nós fazemos à gestão Obama para que libere imediatamente os Cinco Cubanos”, afirmou.
Fernando González, Ramón Labañino, Gerardo Hernández, Antonio Guerrero e René González foram presos em Miami, no ano de 1998, por informar ao seu país sobre as ações planejadas por organizações terroristas anticubanas.