Um total de 240 mil haitianos serão beneficiados com o método cubano de ensino "Sim, eu posso", que será aplicado neste país caribenho. O programa, que ensina a ler e escrever, será desenvolvido em um período de 22 meses nas províncias do Oeste, Sul, Sudeste e Norte.
A primeira fase inclui a alfabetização, este ano, de 120 mil pessoas, em um plano que terá 150 supervisores, mil facilitadores e 15 técnicos cubanos e inclui material audiovisual. Os colaboradores oferecerão aulas em mais de nove mil escolas instaladas com este fim nos territórios beneficiados.
O convênio de colaboração em matéria de educação começou há 10 anos e, desde então, 160 mil pessoas aprenderam a ler e escrever nesta nação francófana. "Sim, eu posso" é um método rápido do ensino reconhecido mundialmente como um mecanismo eficaz para a alfabetização de adultos.
O anúncio do programa coincide com a retomada do ano letivo no país, parciamente devastado por um terremoto em janeiro de 2010 e afetado por uma epidemia de cólera desde novembro passado.
Os graves problemas enfrentados pelo sistema de educação no Haiti foram tratados recentemente por Michelle Jean, ex-governadora geral e enviada especial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Jean advertiu que iria apresentar uma proposta de estratégia docente para garantir o acesso de todas as crianças às escolas. Antes do terremoto, que matou 316 mil pessoas e deixou 1,5 milhão de desabrigados, apenas uma em cada cinco crianças freqüenta as aulas.
O plano da funcionária da Unesco, previsto para 2015, compreende um sistema universal e com instrução eqüitativa para crianças entre seis e 12 anos. A iniciativa também prevê o aumento do número de estudantes de ensino médio e superior, assim como afalbetizar 2,5 milhões de iletrados.
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas no Haiti, apenas 52,9 por cento da população é alfabetizada.