Centenas de sindicalistas devem ocupar o auditório Nereu Ramos da Câmara Federal nesta terça-feira () para pressionar os parlamentares a aprovar um aumento real para o salário mínimo, em contraposição à proposta do governo, que apenas repõe a inflação e fixa em R$ 545 o valor do mínimo em 2011. Também haverá manifestação na quarta, quando o projeto do governo deve ir a plenário.
As centrais reivindicam um salário de R$ 580, mas estão dispostas a aceitar um valor menor para chegar a um acordo com o governo. Fala-se em R$ 560, que seria apresentado pelo PDT como alternativa à proposta governamental.
Intransigência
Até agora o governo Dilma não demonstrou interesse numa saída negociada para a divergência. A área econômica parece intransigente na defesa dos R$ 545, convencida de que deve enviar ao onipotente mercado [dominado, dizem as más línguas, pela oligarquia financeira] um sinal firme de que vai promover o ajuste fiscal. A não concessão de aumento real neste ano é considerada um ponto de honra neste caminho.
O cenário que se desenha é de conflito entre governo e movimento sindical. Na Câmara dos Deputados vai acontecer nesta terça (), a partir das 15h, reunião da comissão especial que vai debater o salário mínimo e encaminhar a votação ao plenário. Participam dessa reunião, além de parlamentares e o ministro Guido Mantega, representantes das centrais sindicais.
Mobilização
Ao mesmo tempo em que a comissão estiver reunida, dirigentes e militantes realizam mobilização no interior do Congresso. As centrais pretendem reunir centenas de lideranças dos Estados, que vão se concentrar a partir das 14h na portaria dos anexos 2 e 4 da Câmara.
Já na quarta, as atividades começam pela manhã. Milhares de manifestantes, todos trabalhadores públicos federais, fazem o lançamento da campanha salarial nacional unificada do funcionalismo. Às 9h, reúnem-se diante da Catedral. De lá, aproximadamente uma hora depois, iniciam caminhada rumo ao Congresso Nacional, diante do qual farão ato político em defesa da valorização dos servidores e também por aumento real no salário mínimo.
Durante toda a quarta-feira, dia em que o salário mínimo 2011 irá a votação em plenário, dirigentes sindicais estarão mobilizados no Congresso Nacional com o objetivo de influenciar a votação. Também estarão presentes representantes do MST e UNE.