O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira () o início da produção brasileira do medicamento antirretroviral: tenofovir, utilizado por 64 mil pacientes de Aids e 1,5 mil hepatite no país. A alteração do fornecedor internacional para o nacional pelo governo vai gerar uma economia de cerca de R$ 65 milhões por ano, se comparado apenas a aquisição de 2009 e 2010. A estimativa do governo é que no período de cinco anos (–2014), a economia seja de cerca de R$ 400 milhões por ano, isso porque o valor do remédio vem diminuindo desde o início da negociação do tenofovir.
A última compra do medicamento pelo ministério foi feita pelo laboratório norte-americano Gilead, no valor de aproximadamente R$ 180 milhões, com duração até maio deste ano. Para os próximos 12 meses, uma nova encomenda já foi pedida ao laboratório oficial brasileiro, a Funed (Fundação Ezequiel Dias), no valor de cerca de R$ 116 milhões.
A Funed recebeu a concessão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para comercializar a versão genérica do tenofovir, que começará a produção na próxima semana.
A previsão é que o primeiro lote do produto nacional já esteja disponível no fim de março deste ano. Com a medida, metade dos antiretrovirais oferecidos no SUS (Sistema Único de Saúde) passa a ser fabricada no país.
“A produção nacional não traz apenas uma economia por ter produção brasileira, mas pressiona os outros laboratórios a diminuir seus preços. A grande vantagem aumenta a competitividade do setor como um todo. Já conseguimos baixar o medicamento de R$4,02 para R$ 3,6 por comprimido”, destacou o diretor do Complexo Industrial e Inovação em Saúde da Secretária de Ciência e Tecnologia do ministério da Saúde, Zichy Moyses.