Os Estados Unidos anunciaram um corte de US$ 78 bilhões (cerca de R$ 130 bilhões) no seu orçamento militar nos próximos cinco anos.
Outros US$ 100 bilhões serão economizados através de uma melhora na gestão interna do Pentágono. Esse montante será reinvestido na construção de navios de guerra, programas de mísseis de defesa e inteligência e de saúde para os soldados veteranos.
O secretário americano de Defesa, Robert Gates, disse que a maior parte da economia virá através da redução dos custos administrativos e despesas com pessoal, que ele qualificou de "limpeza vigorosa das estruturas burocráticas".
Os cortes são os maiores anunciados desde o ataque às Torres Gêmeas, em Nova York, e alvos governamentais em Washington, em 2001. No ano passado, o orçamento de defesa americano superou US$ 700 bilhões.
Medidas
Com as medidas, as tropas americanas serão reduzidas em 47 mil soldados, ou cerca de 6%.
Programas de compras de equipamento serão suspensos, mas o financiamento para as guerras do Iraque e do Afeganistão – que já atingiram a casa do trilhão de dólares – prosseguirá.
Em 2012, a previsão é de que o orçamento do Pentágono fique em US$ 553 bilhões, o que representaria um aumento de apenas 3%.
A partir daí, a previsão é de que o montante seja reduzido e praticamente congelado em 2015 e 2016.
Gates disse que devem ser eliminados mais de cem postos de generais e oficiais superiores da Marinha, juntamente com cerca de 200 altos cargos civis.
Entre os projetos militares que serão afetados pelos cortes, está a compra do veículo de combate anfíbio da força expedicionária, desenvolvido pela General Dynamics. E um programa de mísseis terra-ar do Exército seria encerrado.
Com as medidas de austeridade, o secretário de Defesa ataca o que chama de "cultura de dinheiro ilimitado", após os atentados de 11 de setembro, "em que os custos raramente são levados em conta".
Resistência
As medidas devem encontrar resistência no Congresso, em especial entre os parlamentares próximos da indústria de armamento.
O presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara, Howard McKeon, foi um dos que se disseram insatisfeitos com o anúncio. Segundo McKeon, os cortes são maiores do que o esperado pelas empresas fabricantes de equipamentos militares.
O analista de defesa da BBC Nick Childs disse que, com as medidas, o Pentágono reconhece que não pode ser poupado do esforço para aliviar o déficit nas contas americanas.
Apesar disso, observou Childs, os corpos do Exército e da Marinha americanos ainda serão maiores do que quando Gates assumiu a pasta da Defesa, há quatro anos, e os Estados Unidos continuarão a gastar proporcionalmente mais em defesa do que qualquer de seus aliados.