A presidenta Dilma Rousseff deve adiar a visita ao Uruguai, prevista para o próximo dia 1º de fevereiro, e remarcá-la para outra data na primeira quinzena do mês. A decisão foi tomada porque a presidenta quer ter mais tempo para se dedicar aos temas bilaterais, segundo assessores. Com a agenda como está, Dilma teria dificuldades. A presidenta vai manter apenas a viagem à Argentina já marcada para o dia 31, quando ela inaugura a agenda internacional.
Ao passar por Montevidéu (capital do Uruguai), a ideia da presidenta é focar as conversas com o presidente do país, José Pepe Mujica, e os ministros uruguaios e brasileiros na ampliação de parcerias nas áreas econômica e tecnológica. Pelo menos sete propostas de ratificação de acordos são preparadas para a primeira visita de Dilma ao Uruguai.
Em fase de elaboração há estudos sobre o porto de águas profundas em La Paloma, a construção do centro de feiras e convenções em Montevidéu, a Hidrovia da Lagoa Mirim e portos fluviais. Também está prevista uma reunião sobre as pontes sobre o Rio Jaguarão, que liga os municípios de Jaguarão e Rio, assim como a recuperação da Ponte Barão de Mauá – por onde passam os turistas que tentam ir de um país ao outro.
Dilma e Mujica conversaram demoradamente no último dia 1º, depois da posse da presidenta. A trajetória política dos dois presidentes têm vários pontos comuns, pois ambos combateram os regimes militares, integrando grupos de jovens contrários à ditadura. Porém, na conversa em Brasília, predominaram os temas sobre tecnologia.
O presidente do Uruguai conversou sobre o processo de aquisição de tecnologia de TV digital com base no sistema adotado no Brasil, a interconexão elétrica e ferroviária e a mineração. Mujica tem defendido que os especialistas uruguaios se mantenham no país e não migrem – tendência que se tornou frequente nos últimos anos. O objetivo de Mujica é fechar parcerias com o Brasil para compartilhar os profissionais do Uruguai com a base industrial brasileira.