Cuba e Irã criticam direitos humanos nos EUA em fórum da ONU


Os Estados Unidos defenderam seu histórico nos direitos humanos nesta sexta-feira das críticas feitas por seus inimigos, incluindo Cuba e Irã, que pediram o fechamento da prisão de Guantánamo e a investigação da suposta tortura realizada por suas tropas no exterior.

Uma delegação norte-americana também ouviu os pedidos pelo fim da discriminação contra minorias e imigrantes e da suspensão da pena de morte.

O debate ocorreu no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que está, aos poucos, reavaliando o desempenho de todos os 192 Estados-membros da ONU.

"Embora estejamos orgulhosos de nossas realizações, não estamos satisfeitos com o status quo. Continuaremos nosso trabalho para garantir que nossas leis sejam justas e implementadas de forma justa", disse Michael Posner, secretário adjunto de Estado para a democracia, direitos humanos e trabalho dos EUA, no fórum de Genebra.

Mas diplomatas de países com problemas com os EUA — alguns dos quais fizeram fila à noite para estar entre os primeiros na lista para se pronunciar — criticaram a delegação norte-americana pelos supostos abusos.

O embaixador cubano Rodolfo Reyes Rodríguez falou primeiro, pedindo aos EUA que encerrem o bloqueio contra seu país e respeite o direito do povo cubano à autodeterminação.

O enviado da Venezuela, Germán Mundarain Hernández, disse que os EUA deveriam "fechar Guantánamo e centros de detenção secretos pelo mundo, punir aqueles que torturam ou executam detentos arbitrariamente, e oferecer compensação às vítimas."

A delegação iraniana pediu aos Estados Unidos que "suspendam as graves violações aos direitos humanos e à lei humanitária, incluindo operações secretas no exterior realizadas pela CIA sob o pretexto de combater o terrorismo".

Harold Koh, consultor jurídico do Departamento de Estado norte-americano, disse que o governo Obama havia começado a "virar a página" das práticas na era Bush e garantia integralmente o tratamento humano dos detentos.

"O presidente Obama deu ordens claras e inequívocas e continua comprometido com o fechamento da instalação de Guantánamo. Embora esse compromisso se mantenha, a tarefa é extremamente complexa", disse Koh, ex-reitor da faculdade de Direito na Universidade de Yale.

Os Estados Unidos entregaram um relatório de 29 páginas ao fórum, de 47 membros, listando suas realizações e reconhecendo algumas limitações aos direitos humanos no país.

"Mas a liberdade de expressão, de reunião, pensamento, consciência e religião permanecem respeitadas vigorosamente", disse Posner.

"Temos ampla proteção legal contra discriminação e na última metade de século fizemos progresso significativo para assegurar que a lei garanta oportunidades iguais para todos os americanos em áreas como educação, emprego, saúde e voto."