Sob protestos, Israel anuncia expansão em Jerusalém


O governo de Israel revelou nesta sexta-feira planos para a construção de 238 novas residências para assentados judaicos em Jerusalém Oriental. O anúncio gerou condenações dos palestinos, que querem esse território como capital de seu futuro Estado independente. Os planos para as novas unidades habitacionais nos bairros de assentamentos de Pisgat Zeev e Ramot foram aprovados no fim da quinta-feira pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, informou o site Ynet.

A decisão deve complicar as tentativas dos Estados Unidos para a retomada das conversas de paz no Oriente Médio. O negociador-chefe dos palestinos, Saeb Erakat, disse que a medida prova que Israel está tentando "matar" cada oportunidade de se retomar o diálogo pela paz entre os dois lados. O tema dos assentamentos israelenses tem sido o principal ponto de discórdia entre os dois lados.

Israel chegou a impor antes uma moratória de 10 meses nas obras em assentamentos, mas essa medida já expirou. O congelamento nas construções não incluía Jerusalém Oriental, mas Netanyahu evitou firmar projetos do tipo na época para evitar mais problemas políticos, segundo o Ynet.

O site Peace Now afirmou que é a primeira vez desde março que um plano do tipo é aprovado. Na ocasião, o governo israelense aprovou a construção de 1.600 casas em Jerusalém Oriental durante uma visita ao país do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, gerando uma crise com Washington.

Altos funcionários do governo israelense, citados pelo jornal Yediot Aharonot, afirmam que Netanyahu sabia da novidade e inclusive havia coordenado esse passo com o governo dos EUA. "É uma decisão simbólica que, mesmo assim, levou um longo tempo para ser tomada", afirmou um graduado funcionário do gabinete ao diário. "Os americanos pressionaram Netanyahu a esperar e atrasar a decisão por várias semanas. Nós não queremos brigar com eles e desobedecer as regras do jogo", explicou a fonte, prevendo uma "condenação fraca" da notícia por Washington.

Israel tomou Jerusalém Oriental dos árabes na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexou o território ao país pouco depois. A comunidade internacional, porém, não reconhece essa anexação. As informações são da Dow Jones.