O presidente do Chile, Sebastián Piñera, apresentou ontem (23), na 65ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, um bilhete dos mineiros soterrados há 49 dias no Norte chileno. “Estamos os 33 bem no refúgio”, informa o bilhete, escrito com caneta vermelha. Ele foi mostrado dentro de um saco plástico pelo presidente aos representantes dos 192 países da Organização das Nações Unidas. O bilhete é a prova de que todos os trabalhadores estão vivos.
O comunicado deve ficar no Departamento Nacional de Arquivos e Museus do Chile. Mas uma controvérsia envolve o assunto porque há defensores de que o documento fique com a família do redator do bilhete ou com o jovem que o encontrou. As informações são da rede estatal de televisão do Chile, TVN.
Soterrados desde o dia 5 de agosto, os 33 trabalhadores da Mina de San José, no Deserto do Atacama, dão mostras diárias de como estão a 700 metros de profundidade e com temperatura média superior a 30 graus Celsius (ºC). Foram gravados quatro vídeos. Ontem foi revelado o mais recente deles.
Neste vídeo, um dos mineiros mostra a importância da peça da máquina perfuradora T-130 que se desprendeu e caiu onde estão abrigados. O trabalhador, moreno e de bigodes, sem camisa e com uma bermuda preta afirmou que a peça é fundamental como apoio de uma estrutura usada na perfuração do canal que será usado para suporte no resgate.
Na madrugada da última quarta-feira (22), a peça se desprendeu e provocou a interrupção das operações de resgate por mais de oito horas. Não houve feridos, segundo as autoridades. A previsão, mantida pelo governo do Chile, é que o resgate ocorra na primeira semana de novembro. Para acelerar o resgate, as autoridades acionaram três máquinas, uma delas é uma sonda de perfuração geotérmica RIG 421, usada em atividades petrolíferas. Todas as máquinas funcionam de forma ininterrupta, mas em potências distintas.
As operações contam ainda com o apoio de especialistas da Agência Espacial dos Estados Unidos (cuja sigla em inglês é Nasa). Técnicos chilenos monitoram os mineiros e trabalham para evitar que as escavações levem a mais desabamentos. A região onde os trabalhadores estão é acidentada.