O Ministério da Saúde divulgou nota nesta sexta-feira () reafirmando que o sarampo continua eliminado do Brasil, ou seja, não existe circulação do vírus no País. O comunicado foi divulgado em virtude das notícias de casos de sarampo recentemente registrados no Rio Grande do Sul.
De acordo com a nota do ministério, o Brasil não tem circulação de sarampo desde 2000, e todos os casos registrados nos últimos dez anos são importados, onde os doentes foram infectados fora da região nacional. O ministério afirma que o mesmo ocorre em outros países das Américas que já eliminaram a doença, como Estados Unidos e Canadá. No caso dos registros da doença no Rio Grande do Sul, os pacientes foram infectados durante estadia na Argentina.
Segundo o ministério, a presença de casos importados é esperada pela vigilância de saúde, mesmo após a eliminação do vírus no Brasil, devido ao grande fluxo de pessoas que vêm de países onde a doença ainda existe, como alguns locais da Europa, Ásia e África.
Outro exemplo de caso importado foi o que aconteceu no estado do Pará, no início do mês de agosto. Foram confirmados três casos de sarampo em irmãos que não tinham se vacinado contra a doença. Segundo análise genética, o vírus é similar aos dos surtos registrados na Inglaterra, França, Itália e Holanda.
O ministério classificou ambas as ocorrências como casos isolados e sem transmissão do vírus até o momento. À exceção do Pará e Rio Grande do Sul, não há nenhum outro estado que esteja com registro atual de caso suspeito de sarampo, considerando a presença de sintomas e sorologia compatíveis.
O órgão informou que, com a notificação dos casos da doença, reforçou orientações como: vigilância para identificação de novas ocorrências, notificação imediata em até 24 horas à Secretaria Municipal de Saúde, coleta de sangue e amostras para identificação viral e avaliação da cobertura vacinal, entre outros.
As recomendações têm sido reforçadas pelas secretarias de saúde estaduais e locais, visando a detecção de casos que tenham sintomas compatíveis com a doença e imediata investigação. Esta conduta é rotina da vigilância epidemiológica e tem permitido a exclusão de casos com quadro semelhante, como dengue, herpes e outras infecções.
A vacinação contra sarampo faz parte do calendário de rotina da criança, e tem cobertura acima de 99%, o que assegura uma proteção contra a reintrodução da doença no País. Além disso, em 2008, 67,9 milhões de crianças, jovens e adultos foram vacinados contra a doença durante a Mobilização Nacional para a Eliminação da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), já que a vacina utilizada no Brasil protege também contra sarampo.
Na nota, o Ministério da Saúde reiterou que todas essas medidas são de rotina, adotadas por todos os países que já alcançaram a eliminação da doença, visando assegurar sua manutenção.