Os socialistas venezuelanos batem hoje às portas do povo para criar consciência favorável ao voto, conhecer suas dificuldades, informar e lembrar a população sobre as conquistas alcançadas com base em sua maioria parlamentar.
Por Ismel Enriquez Palacios, em Prensa Latina
Na véspera, foi desencadeada uma campanha nas principais cidades do país, que nos próximos dias deve se estender a todos os rincões, pois a legenda vermelha não quer deixar espaço aberto ao abstencionismo.
Cada militante voluntário deve chegar a um mínimo de 10 eleitores, independentemente de sua preferência política ou posição social, para evitar que problemas de natureza material ou subjetiva os excluam das eleições.
Os socialistas, embora sejam favoritos para ganhar o pleito, devem obter a maioria regimental para poder legislar sem os atropelos provenientes de uma oposição à qual acusam de querer revogar inúmeras leis que beneficiam o povo.
Para isso terão que superar um alto percentual de abstencionismo, inclusive em sua militância, que peca por excesso de confiança por tantas campanhas vitoriosas, ou por apatia na hora de exercer seu direito cívico.
Conhecedora dessa realidade, a legenda vermelha estruturou um cronograma de trabalho conhecido como Campanha Bolívar 200, na qual deposita suas maiores esperanças de manter as forças oposicionistas com a menor quantidade possível de votos.
Esta fase da campanha contempla reuniões com os conselhos populares nas ruas, debate com distintos setores, promoção da agenda do Legislativo durante os últimos anos e recolhimento de preocupações ou problemas que influenciam o voto.
Mas os socialistas se convertem também por estes dias em porta-vozes da política internacional do governo, como assinalou na véspera a candidata Cristina Sifontes, do estado de Anzoátegui.
Sifontes precisou que os militantes devem levar uma mensagem de consciência sobre a situação dentro e fora do país, sobretudo no que se refere à campanha de provocações promovida a partir da Colômbia, insuflada pelos Estados Unidos.
A candidata a uma cadeira no Parlamento nacional pelo distrito da capital, Andreína Tarazón, recordou aos militantes que devem cumprir con êxito esta missão para que o povo e os excluídos continuem tendo, com o socialismo, garantías de acesso à saúde, à educação e à alimentação."Para isso necessitamos de deputados e leis revolucionárias", disse.
De acordo com os discursos da oposição, tais previsões não parecem erradas, pois os principais candidatos da la Mesa de Unidad Democrática, na falta de um programa concreto de ação, se lançam na empreitada de desqualificar as leis aprovadas nos últimos anos.
O próprio cardeal Jorge Urosa, en suas recentes incursões na arena política para criticar o governo, qualificou de anticonstitucionais algumas leis concebidas para dar maior poder ao povo.