A Universidade Regional do Cariri (Urca) lançou sexta-feira (06.08), projeto piloto para o Enquadramento das Águas do Semiárido Brasileiro, o chamado "Projeto Salgado", que tem como objetivo construir um modelo participativo de gestão de recursos hídricos. Participam do encontro representantes dos municípios de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha e Caririaçu, que formam a microbacia do Rio Salgado.
O coordenador do projeto, Rodolfo Sabiá, destaca que a "principal contribuição é definir qual o padrão de qualidade de água que queremos, bem como as estratégias legais para que os órgãos possam atuar de fato, respaldados pelo enquadramento das águas".
O professor José Carlos aborda o "Enquadramento de Água em Rios Intermitentes – Estudo de Caso do Rio Salgado". Durante o evento haverá espaço para debates sobre o tema, com articulação dos atores sociais.
Os municípios que formam a Microbacia III do Rio Salgado (Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha e Caririaçu) estarão envolvidos no projeto, que realizará coletas e análises para averiguação da qualidade da água e produção de banco de dados.
Os principais impactos encontrados na Sub-Bacia do Salgado, de acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), são os desmatamentos, as queimadas e o desvio do curso natural dos rios (barramentos). A Cogerh adverte também quanto a utilização indiscriminada de agrotóxicos nos plantios, a contaminação por esgotos sem tratamento e a poluição pelas indústrias e as queimadas do lixo e da cana.
O Rio Granjeiro, por exemplo, que nasce no pé da serra do Crato e desemboca no Salgado, começa a ser poluído na entrada cidade, por conta do esgoto. Outro fator agravante, segundo o relatório da Cogerh, é a retirada indiscriminada da mata ciliar que provoca o assoreamento de riachos, rios e açudes. Ressalta-se também a ocupação desordenada ao longo dos vales. Tudo isso vem a desertificação, que é a perda das características vitais do ambiente.