Oferta de asilo para iraniana condenada à morte mostra sentimento do povo brasileiro, diz ministro


A formalização da oferta de asilo político à iraniana condenada à morte por apedrejamento simboliza o “sentimento do povo brasileiro”, afirmou o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. O chanceler se referiu hoje hoje (10) à formalização ao governo do Irã da oferta de asilo político à viúva Sakineh Moahammadi Ashtiani, 43 anos. Ontem (9), no final da tarde, o embaixador do Brasil no Irã, Antonio Salgado, fez a comunicação formal na Chancelaria iraniana.

"O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] expressou o oferecimento de recebê-la no Brasil, se isso ajudar a evitar a execução", disse Amorim, depois da reunião ministerial, realizada no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), sede provisória do governo federal.

Em seguida, o chanceler afirmou: “Nosso embaixador em Teerã foi instruído a comunicar o fato. O que é a nosso ver é uma formalização deste oferecimento e do sentimento, que é o sentimento do povo brasileiro”.

Há cerca de um mês, Amorim fez um apelo ao ministro das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, para que a punição de Sakineh fosse suspensa. Paralelamente, o presidente Lula ofereceu publicamente asilo político à viúva. Porém, ainda não houve uma resposta oficial à oferta.

Sakineh foi acusada de adultério por ter mantido relações sexuais com dois homens, depois de ficar viúva. Ela e a família negam as acusações. O caso provocou uma repercussão internacional com apelos e campanhas na internet e em outros meios de comunicação.