O Ministério da Saúde fechou contrato nesta semana para compra de 54.400 frascos do taliglucerase alfa 200 UI, novo medicamento para tratamento da doença de Gaucher. Em julho de 2009, o único produtor do medicamento para doença com registro no Brasil anunciou suspensão temporária de atividades e a distribuição brasileira, assim como em todo mundo, foi prejudicada.
A doença de Gaucher é uma enfermidade genética que prejudica o metabolismo dos lipídeos. É causada por uma deficiência na enzima glucocerebrosidase, que leva à acumulação do seu substrato, um glucocerebrosídeo. O tratamento com medicação é fundamental para reduzir a mortalidade dos portadores, além de melhorar as condições de vida do paciente. Atualmente, 610 pacientes diagnosticados com a doença recebem medicamento pelo Sistema Único de Saúde.
Inicialmente, o novo medicamento entraria no mercado internacional em aproximadamente dois anos. Diante da situação emergencial, o Ministério da Saúde conseguiu com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para comprar e distribuir o produto antecipadamente. Foi a única forma de manter o atendimento gratuito aos pacientes que dependem do tratamento.
O contrato assinado pelo Ministério da Saúde com a empresa Pfizer, produtora do medicamento, prevê a primeira entrega de 40 mil frascos, na segunda semana de setembro. O laboratório é o único no mundo capaz de disponibilizar tratamento para a Doença de Gaucher no prazo necessário para evitar o desabastecimento na rede pública brasileira.
O consumo médio de medicamento para doença de Gaucher no Brasil é de 13 mil frascos de 200 UI por mês. A compra fechada pelo Ministério da Saúde com a Pfizer deverá manter a rede pública abastecida até dezembro deste ano.
Os profissionais de saúde receberão um guia com orientações sobre o uso do novo medicamento, elaborado pelo Ministério da Saúde com base no Protocolo Clínico para Doença de Gaucher, além de recomendações para o acompanhamento dos pacientes.