O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pretende arruinar as negociações de paz diretas que começarão em Washington no próximo dia 2 de setembro, declarou, ontem, Wasel Abu Youssef, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
"As pré-condições para que os palestinos reconheçam Israel como o Estado dos judeus farão fracassar as negociações antes que comecem", disse Youssef, em Ramala, a jornalistas.
"Os palestinos rejeitam diretamente qualquer exigência para reconhecer Israel como Estado judeu; é um dos tabus para os palestinos", assegurou.
Netanyahu assinalou neste domingo que "as negociações requeriam que as duas partes fizessem concessões" e reiterou com veemência várias de suas exigências que foram rechaçadas pela OLP.
Paz
A paz, segundo o chefe de governo, deve ser alcançada em três níveis: "O primeiro são autênticos acordos para a segurança do Estado de Israel. O segundo, o reconhecimento de Israel como o Estado do povo judeu, incluindo o assunto do direito do retorno e a solução aos refugiados palestinos, que se encontraria no futuro Estado palestino".
O terceiro nível é o estabelecimento de um Estado palestino, algo que, para Netanyahu, "deve ser desmilitarizado e que suponha o fim do conflito, de modo que este não continue de nenhuma outra maneira". Na sexta-feira da semana passada, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, convidou israelenses e palestinos a iniciar conversas diretas de paz com mediação da Casa Branca.
Os palestinos aceitaram o processo direto de diálogo após semanas de intensas pressões e três meses de conversas indiretas que não parecem ter rendido fruto algum.