O desmatamento da Amazônia caiu 49% entre agosto de 2009 e junho deste ano na comparação anual. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (), pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O período representa 11 meses do ano-calendário para a medição do desmatamento da floresta.
Dados do sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Inpe, que afere o desmatamento em tempo real, indicam que 243,74 km2 da floresta amazônica sofreram corte raso ou degradação progressiva em junho. O estado do Pará foi onde se registrou maior área desmatada (63 km²), seguido dos estados do Mato Grosso (5 km²) e do 24,36 km².
Desta forma, entre agosto de 2009 e junho de 2010 a floresta amazônica perdeu 1.810,81 quilômetros quadrados contra os 3.538,51 quilômetros quadrados no mesmo período do ano anterior. No mês de junho, a perda da floresta somou 243,74 quilômetros quadrados.
O Inpe alertou, no entanto, que apesar da tendência de queda de 49% do desmatamento na Amazônia, apontada até agora pelo Deter, só será possível avaliar a real amplitude da redução com os dados de outro sistema do instituto, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que calcula a taxa anual consolidada. O levantamento deve ser divulgado em novembro.
Em diminuição desde 2004, com exceção apenas de 2008, as taxas de desmatamento devem ficar bem abaixo da meta de 9 mil Km2 estabelecida no Plano Nacional de Mudanças do Clima, apresentado pelo governo brasileiro na Conferência do Clima em Copenhagen, no final do ano passado.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse também nesta segunda-feira () que essas previsões, com base nos números apresentados pelo Inpe até o mês de julho, podem ser confirmadas quando saírem os números do Prodes, em dezembro. "É a tendência", disse. O Inpe projeta um número menor de 4 mil Km2, que só poderá ser confirmado em dezembro.
O Deter, em operação desde 2004, é um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. Embora os dados sejam divulgados em relatórios mensais ou bimestrais, os resultados são enviados a cada quinzena ao Ibama, responsável por fiscalizar as áreas de alerta.
Segundo o Inpe, no entanto, os dados do Deter não representam uma avaliação fiel do desmatamento mensal da floresta amazônica, pois a cobertura de nuvens não permite o registro de todos os desmatamentos maiores que 25 hectares. O instituto também não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos.
O sistema indica tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas classificadas como degradação progressiva, que revelam o processo de desmatamento na região.
Todos os dados do Deter são públicos e podem ser consultados aqui.