Começa nesta segunda-feira (2), na cidade de San Juan, no Oeste da Argentina, a 39ª Cúpula do Mercosul, que reunirá os presidentes dos quatro países que integram o bloco: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Também participarão do encontro autoridades dos países associados e de instituições internacionais.
Atualmente, Chile, Bolívia, Peru, Venezuela, Colômbia e Equador são os associados ao Mercosul, mantendo acordos de livre comércio com o bloco. Os quatro presidentes dos países-membros somente terão atividades oficiais na terça-feira (3), quando anunciarão os resultados da cúpula e concederão entrevista à imprensa.
Entre os convidados a participar do encontro estão representantes da Corporação Andina de Fomento (CAF), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), entre outros.
Segundo o embaixador do Brasil na Argentina, Enio Cordeiro, o Mercosul é um sucesso no que se refere à aproximação dos quatro países que o compõem. Cordeiro destacou que a realidade política entre as nações integrantes não existiria sem um marco de aproximação como o bloco.
Enio Codeiro reconhece que ainda existem dificuldades no Mercosul. “É verdade que alguns setores não estão incluídos na área de livre comércio, como é o caso do automotivo e o do açúcar”, disse. “O comércio entre os países ainda se ressente de reconhecimento fitossanitário e, algumas vezes, há controles adicionais nas fronteiras que afetam o comércio do bloco.
Em matéria de união aduaneira, ainda não existe 100% de observância da tarifa externa comum. Isso, no entanto, não significa um fracasso do Mercosul”.
De acordo com o embaixador brasileiro, as dificuldades ainda detectadas no Mercosul significam que existe um desafio na área de integração que deve ser resolvido. “Mais do que resolver essas dificuldades com o rigor da letra de um tratado, é preciso encontrar fórmulas criativas para resolvê-las e para manter sempre viva a integração regional”, acrescentou.
O embaixador disse que, como todo organismo de integração, o bloco provoca entusiasmo e críticas em todos os países que o integram. Apesar das visões pessimistas sobre o bloco, ele é uma realidade consolidada. “O Mercosul demonstrou sua vitalidade e necessidade políticas.
Mais do que um projeto econômico e comercial, é um projeto político. Tem um fundamento e uma base que lhe dá unidade e que o transforma numa determinação política do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai de se aproximarem”.