Uribe representa época sinistra em relações exteriores


O ex-presidente colombiano Ernesto Samper disse que o Governo de Álvaro Uribe representa uma das épocas mais sinistras para as relações exteriores e reafirmou que a Colômbia está isolada internacionalmente. "Dói dizer isso, mas esta foi uma das épocas mais sinistras das relações internacionais", disse Samper ao site do jornal "El Tiempo", de Bogotá.

A Colômbia está isolada internacionalmente porque "estamos brigados" com a "Nicarágua, com Cuba, com a Venezuela, com o Equador", disse o ex-governante (-1998).

Ele acrescentou que as relações com a Bolívia também "são distantes", da mesma forma que com a Argentina e o Brasil.

Para Samper é irresponsável manter um enfrentamento com a Venezuela.
"Com toda sinceridade, me parece irresponsável a atitude do Governo de manter até o dia 7 de agosto um enfrentamento com a Venezuela que está nos custando sangue, suor e lágrimas".

Assinalou, por outro lado, que o presidente Uribe recebeu um país em chamas e o entrega seguro e calmo. Mas "será a história que julgará se os custos que pagamos por essa maior segurança em matéria de direitos humanos, desinstitucionalização da justiça e isolamento regional foram ou não excessivos", acrescentou.

Ao se referir ao que espera o presidente eleito, Juan Manuel Santos, Samper disse que "Uribe deveria deixá-lo começar seu Governo tranquilamente, sem atrapalhar, como no caso da Venezuela".

Advertiu que se Santos não tomar decisões rápidas e importantes sobre temas como isolamento internacional, a crise da saúde pública e as relações com a justiça, "sua governabilidade vai ficar comprometida".

A Colômbia passa por um dos momentos mais críticos em suas relações com a Venezuela, depois que o Governo de Uribe afirmou, na semana passada, que tem provas de que chefes guerrilheiros se escondem nesse país.

O presidente Hugo Chávez, que tinha dito que iria participar da posse de Santos, que será realizada no dia 7 de agosto, disse na sexta-feira que não viria, depois que argumentou que sua vida corria perigo.
Acrescentou, além disso, que poderia romper relações diplomáticas com a Colômbia em breve.