O projeto de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras está entre os principais projetos de infraestrutura no mundo. O levantamento, apresentado pela prática global de infraestrutura da consultoria KPMG, em conjunto com o Infrastructure Journal, serviço inglês sobre infraestrutura global e financiamento de projetos, relaciona os 100 projetos globais mais interessantes nessa área no mundo, sendo seis deles no Brasil, onde também foram destaque a Cidade Administrativa de Minas Gerais, o complexo hidrelétrico de Madeira, a prisão de Pernambuco, o Rodoanel Oeste de São Paulo e o TAV Brazil (Trem de Alta Velocidade, o primeiro projeto de alta velocidade da América Latina.
O projeto da Petrobras consiste em dois terminais de regaseificação de GNL, sendo um no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará; e outro na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Em ambos, o processo é realizado a bordo de navios: o Golar Spirit, no Terminal do Pecém, e o Golar Winter, no caso do segundo. Em operação desde janeiro do ano passado, os dois terminais têm capacidade para processar 21 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural.
Inovação
Uma das inovações do projeto GNL Petrobras é a transferência de gás natural liquefeito entre os navios – supridor e regaseificador – por meio de braços criogênicos, capazes de suportar temperatura de 162° C negativos. O potencial de replicação deste projeto globalmente foi a principal razão apontada pelos julgadores para incluí-lo nesta lista, divulgada no fim de junho deste ano, e que relaciona apenas um projeto por área da infraestrutura.
Os cinco principais critérios para a escolha dos projetos foram sua replicação, viabilidade, complexidade, inovação e impacto na sociedade.
Conforme exposto no documento divulgado pela KPMG, "o projeto fornece uma alternativa viável economicamente para conectar facilidades de regaseificação ao mercado", destacando ainda que "a tecnologia frequentemente referenciada como Unidade de Regaseificação e Armazenamento Flutuante (FSRU) deverá ser desenvolvida globalmente".
Adaptação
Antes de servirem ao projeto da Petrobras, os dois navios operavam como transportadores de GNL e foram adaptados, especialmente para a iniciativa da empresa, para, além de transportar, armazenar e regaseificar o gás na forma líquida. Na prática, os navios funcionam como reservatórios de gás natural e podem ser considerados o coração do projeto.