Ampliar o acesso da população ao atendimento de saúde emergencial. Este é o intuito primeiro das Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24 horas. Com a superlotação dos setores de emergência tradicionais, as unidades representam um intermediário entre os Postos de Saúde da Família e as emergências hospitalares e, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), começam a funcionar em Fortaleza ainda este ano. A primeira delas começa a ser construída hoje, em terreno cedido pelo município, no bairro do Coaçu, e está prevista para ser entregue em até três meses.
As unidades irão funcionar em parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Acidentes domésticos, de trânsito e com crianças, por exemplo, serão encaminhados às UPAs pelas ambulâncias do Samu. Ali, o paciente é atendido e, caso apresente estado grave, será estabilizado e levado à emergência secundária ou terciária. Caso não, o problema é resolvido na própria unidade e o usuário nem chega a ficar fila nos hospitais do estado.
Serão trinta e duas UPAs 24 horas distribuídas por todas as regiões do Ceará. Segundo a Sesa, 22 vão começar as obras ainda este ano e 11 vão ser entregues à população até dezembro.
A primeira emergência deste tipo em Fortaleza tem capacidade para atender um universo de 200 mil pessoas. Entre elas, a aposentada Socorro Alves, moradora de quarteirão vizinho ao terreno onde funcionará a UPA. A senhora não fazia ideia do que seria feito do lote até assistir à assinatura da ordem de serviço. “Fico feliz. Dia desses fiz o raio X do meu tornozelo no particular porque não queria mais ficar pra lá e pra cá, nas filas dos hospitais e dos postos”, sintetiza dona Socorro.
Além do raio X, as novas estruturas da saúde pública do Ceará vão oferecer laboratório para exames, aparelho de eletrocardiograma, atendimento pediátrico de urgência e atendimento odontológico de urgência. “O tempo recorde da obra se dá porque a estrutura é toda pré-moldada. É um modelo nacional. Em dois meses entregamos a unidade. Depois é instalar os equipamentos e começar a atender”, garante o Secretário da Saúde do Estado Arruda Barros.
SAÚDE
ATENÇÃO BÁSICA
É o primeiro nível de atenção à saúde, a “porta de entrada” do usuário no sistema. A população tem acesso a especialidades básicas: clínica geral, pediatria, obstetrícia e ginecologia.
Os postos de saúde devem ter obrigatoriamente uma equipe do Programa Saúde da Família (PSF): médico, enfermeira, auxiliar de enfermagem e dentista. Alguns postos têm pediatras e ginecologistas.
ATENÇÃO SECUNDÁRIA
São os atendimentos e procedimentos especializados. Serviços como consultas hospitalares e ambulatoriais, exames e alguns procedimentos cirúrgicos. Em Fortaleza, os chamados Frotinhas, que são de média complexidade, atendem também casos mais graves de traumatologia como vítimas de acidentes de trânsito ou feridos à bala.
ATENÇÃO TERCIÁRIA
A alta complexidade cuida de procedimentos que envolvem alta tecnologia e alto custo como traumato-ortopedia, neurologia, cardiologia, hemodiálise, oncologia e transplantes.
UPAs
Com o advento das Unidades de Pronto Atendimento, as ambulâncias do Samu vão encaminhar os usuários envolvidos em urgências para a UPA mais próxima. As unidades serão, portanto, uma nova “porta de entrada”, responsável pela triagem dos pacientes.
O paciente mais grave será estabilizado e encaminhando a um hospital. O paciente menos grave será atendido na própria unidade, que conta com médicos, enfermeiros e dentistas, além de aparelhagem para pronto socorro hospitalar.