A um mês da posse do o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, o presidente do Equador, Rafael Correa, reiterou hoje (6) o temor com a instalação de bases militares dos Estados Unidos na região. O assunto divide opiniões na comunidade sul-americana.
O atual presidente colombiano, Álvaro Uribe, argumenta que as bases são necessárias no combate ao narcotráfico e às guerrilhas. O governo brasileiro é contrário à construção das bases.
Para Correa, a medida provoca instabilidade no continente. “Essa é uma preocupação não só para o Equador, mas para toda a região", afirmou Correa. Para o governante, mesmo instaladas em território colombiano, as bases estarão sob controle norte-americano. O equatoriano visita a Venezuela onde participa de reuniões políticas. As informações são da imprensa oficial da Venezuela, a Agência Venezuelana de Notícias (AVN).
Equador e Colômbia mantêm uma relação política tensa desde março de 2008. A cisão ocorreu depois que militares colombianos atacaram homens das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano. No ataque morreram Raúl Reyes, um dos principais líderes da guerrilha, e mais 16 membros das Farc.
Segundo o governo de Quito, 22 pessoas teriam sido mortas no ataque. Na ocasião, o presidente eleito da Colômbia ocupava o cargo de ministro da Defesa. Correa sinalizou que o assunto ainda precisa de um desfecho. “Nós sempre estivemos dispostos, sem esquecer o passado, de olhar para o futuro e reconstruir estas relações bilaterais, mas, novamente, não sem benefício de um inventário”.
Correa lembrou ainda que há um processo em curso no Equador sobre o assunto e que Santos é citado no caso por estar à frente do Ministério da Defesa. “A questão está sob a jurisdição da Justiça equatoriana, que é independente do [Poder] Executivo”, disse.