A Bacia do Araripe recebe, no próximo dia 15, os primeiros técnicos que farão pesquisas na área para identificar a presença de petróleo e gás em condições comerciais para exploração. Em conjunto com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a Ipex Co. – empresa vencedora da licitação da agência para fazer a pesquisa – já elaborou o mapa com os pontos de amostragem que serão utilizados para os estudos no Estado.
A equipe técnica é formada por profissionais da Ipex e da ANP. De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Ipex, Giovanni Toniatti, a equipe fará o reconhecimento de campo e a escolha das bases operacionais. "Eles ficarão uma semana lá. Então, no dia 1º de agosto, os trabalhos de campo, efetivamente, terão início", explica. A estimativa inicial era de que as pesquisas tivessem começado entre o fim de maio e início de abril, mas houve um atraso na questão de documentação necessária na ANP.
Amostras
Toniatti explica que os trabalhos de campo terão duração de dois ou três meses e, após isso, serão continuadas e concluídas as análises das amostras.
"Desde o primeiro mês de coleta, nós já temos as análises", informa. "O prazo de término do projeto, para as análises de laboratório, seguidas de interpretação e relatório final, é fevereiro de 2011", completa.
A Ipex, pertencente à HRT Participações, investirá R$ 3,8 milhões no projeto. Serão coletadas 2000 amostras de solo, com as quais serão feitas as análises laboratoriais e interpretação de dados geoquímicos.
A Bacia do Araripe engloba municípios do Cariri cearense, pernambucano, Piauí e Paraíba. "Este estudo visa à identificação de possíveis acumulações de hidrocarbonetos em superfície e a delimitação de áreas com maior atratividade exploratória", informa a ANP. No total, uma área de 7.500 quilômetros quadrados será estudada.
Atratividade define leilões
Caso, com os resultados apresentados em fevereiro, sejam identificadas áreas com atratividade comercial, os blocos podem ser selecionados para participaram dos próximos leilões da ANP, em que empresas disputam a concessão de exploração da bacia no Estado. Já há algum tempo acredita-se na presença de óleo na Bacia do Araripe. Um dos motivos é a possibilidade de ela estar integrada à bacia Rio do Peixe, na Paraíba, onde já é feita exploração comercial em 12 blocos. Estudos verificando esta possibilidade já vêm sendo feitos por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com a Petrobras.
Bacia do Ceará
A Bacia do Araripe foi incluída no Plano Plurianual de Geologia e Geofísica da ANP. Assim como ela, também está no plano a Bacia do Ceará. Esta, já localizada no litoral, é explorada através de campos no município de Paracuru pela Petrobras. Entretanto, a região que envolve o litoral oeste cearense, chegando até o município de Barreirinhas, no Maranhão, ainda não foi estudada, não se sabe o potencial desta área.
Em licitação
Atualmente, a ANP está no processo licitatório da bacia. A Ipex Co. é uma das empresas participantes. A vencedora do certame chegou a ser apresentada, mas outras empresas entraram com recurso e o resultado final ainda não foi definido.
O levantamento abrangerá a extensão geográfica de 7,4 mil km², onde serão coletadas amostras de assoalho oceânico.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste – Repórter: Sérgio de Sousa
Plano Plurianual
As Bacias do Ceará e Araripe foram incluídas no Plano Plurianual de Geografia e Geofísica da Agência Nacional de Petróleo, por sugestão do Senador Inácio Arruda, que vem desde 2009 mantendo diálogo com a direção da Agência, empenhado na realização de pesquisas sobre a possível existência de óleo e petróleo no Cariri.
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