Empregos no Ceará


O mercado de trabalho formal no Ceará deve fechar 2010 com a geração de entre 70 mil e 75 mil novas vagas. Até o primeiro semestre, o saldo é de 30.110 postos criados, o melhor resultado para o período desde 1999. É também o segundo melhor desempenho no Nordeste, atrás da Bahia, que acumula 61.334 empregos de janeiro a junho, e o nono melhor do País.

A projeção para o ano é do presidente do Sine/IDT (Sistema Nacional de Emprego/Instituto de Desenvolvimento do Trabalho), Francisco de Assis Diniz, diante dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O saldo dos seis primeiros meses do ano no Estado corresponde à diferença entre 216.461 admissões e 186.351 demissões. Somente em junho, registrou 37.930 contratações e 31.612 desligamentos no Estado, resultando em um saldo de 6.318 novos empregos, o segundo maior para igual mês desde 1999 – atrás de junho de 2008 (.563). É o segundo melhor da Região Nordeste, perdendo para Pernambuco (.538). Representa também o quarto melhor resultado do ano no Estado.

Para Diniz, junho indica um "processo de consolidação da trajetória de incremento de oportunidades de empregos". Ele diz que esta "lógica se aplica a todos os setores" econômicos. "A construção civil vem mantendo uma lógica linear de contratação, o que está vinculado aos projetos do Minha Casa, Minha Vida", explica o presidente do Sine/IDT.

O resultado no setor de serviços está relacionado ao período eleitoral. A indústria mostra que está mantendo o nível de contratação aquecido. Tudo isso se deve à recuperação do salário mínimo, à ampliação do crédito, ao aumento do poder de compra. É o ciclo virtuoso da economia".

Entre os setores, o de serviços foi o que registrou maior saldo em junho (.001 novos empregos), seguido pela construção civil (.320), indústria de transformação (.039), comércio (), administração pública (), agropecuária ().

Diniz avalia que para alcançar a expectativa para o saldo do fim do ano os próximo meses devem registrar um saldo em média de 7 mil novos empregos, que, segundo ele, é o padrão para um segundo semestre. Para esta meta, ele prevê a contribuição das obras do PAC (Programa de Aceleramento do Crescimento), para a Copa de 2014 e as eleições deste ano. "Historicamente, o segundo semestre registra a geração de 40 mil novas vagas", explica.

Fortaleza

A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) anotou o quinto melhor saldo em junho (.399), entre as nove apontadas pelo Caged. O resultado é o melhor no Nordeste, superando Recife (.782) e Salvador (). Este desempenho se mantém na comparação do primeiro semestre e nos 12 últimos meses. Na Grande Fortaleza, o setor que gerou maior saldo foi a construção civil (), seguido pela indústria de transformação (), comércio (), serviços () e agropecuária ().

País

A economia do País teve uma geração histórica de empregos formais no semestre, com 1,473 milhão de vagas criadas neste período, batendo o desempenho registrado em 2008, quando foram criados 1,361 milhão de postos de trabalho. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, prevê que em todo o ano de 2010 sejam gerados 2,5 milhões de empregos formais.

No primeiro semestre do ano passado, foram criados 299 mil postos de trabalho o pior resultado desde 1999, ano de início da série histórica do Ministério do Trabalho e Emprego.

Somente em junho, o Caged registrou a criação de 212.952 postos de trabalho, o segundo melhor resultado para o mês na série histórica deste cadastro. Apesar de ter rompido a série de recordes do ano, Lupi afirmou se tratar de "acomodação do setor da indústria, serviço e diminuição no setor da educação, onde houve demissões".

Nos últimos 12 meses, o Ministério contabilizou a criação de 2,168 milhões de vagas, o que significa uma expansão de 6,7% sobre a base de empregados formais do País.

Ainda de acordo com o Ministério, a maior taxa (98%) na geração de empregos ocorreu no setor agrícola no semestre. Em termos absolutos, porém, a maior contribuição para o aumento dos empregos formais veio do setor de serviços, com a criação de 490.028 vagas em seis meses.

O setor de comércio adicionou 230 mil novos postos de trabalho, enquanto a indústria de transformação somou outras 394.148 vagas.

Estados

Rondônia teve a maior taxa de crescimento do País, com alta de 8,31%, ou 16.734 novos postos, alavancados pelas usinas de Santo Antônio e Jirau, e pelas obras do PAC.

O estado de São Paulo teve a maior geração de empregos em números absolutos do Brasil, com 545.743 postos ou aumento de 5,09%. Em seguida vem Minas Gerais, que gerou 232.572 postos, ou crescimento de 6,64%, devido ao bom desempenho da produção de café.

A Bahia liderou as contratações na região Nordeste de janeiro a junho. O setor da construção civil puxou a movimentação, acumulando saldo de 17.547 empregos em seis meses. Na sequência, está o setor de serviços (.455).

O Maranhão, por sua vez, contribuiu com 18.440 postos, tendo crescimento expressivo na construção civil (.833).