Sob sanções de parte da comunidade internacional, o Irã vai manter o programa nuclear, a declaração é do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Segundo ele, as restrições são apenas “um pedaço de papel”. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira () pela agência oficial de notícias do Irã, a Irna.
Ahmadinejad afirmou que sob nenhuma circunstância serão interrompidas as atividades nucleares no país, que são pacíficas. “As últimas sanções contra o Irã, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, não terão nenhum efeito sobre o programa nuclear. Não haverá a menor mudança em nosso programa nuclear”, avisou.
Para 12 dos 15 integrantes do Conselho de Segurança da ONU, o programa nuclear do Irã é suspeito. O Brasil e a Turquia votaram contra as medidas punitivas. O Líbano se absteve. As sanções – impostas há um mês – estabelecem uma série de restrições ao país, que atingem principalmente as áreas de comércio e militar.
Em visita à Nigéria, Ahmadinejad enviou a mensagem sobre a manutenção do programa nuclear do Irã, durante a reunião do D8 – grupo formado por Bangladesh, o Egito, a Indonésia, o Irã, a Malásia, Nigéria, o Paquistão e a Turquia.
Dirigindo-se a uma plateia na capital nigeriana, Abuja, Ahmadinejad disse que as resoluções da ONU são “um pedaço de papel” que não terá força para “deter” as atividades nucleares do Irã. Segundo ele, o programa nuclear do país tem fins pacíficos, inclusive para atividades farmacêuticas e medicinais.
Acordo de Teerã
Os governos do Brasil e da Turquia intermediaram um acordo para a troca de urânio do Irã. Pelo acordo, o Irã enviaria 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, iria receber 120 quilos do produto enriquecido a 20%. A comunidade internacional, no entanto, não aceitou a medida como alternativa para evitar as sanções.
Além das sanções do Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos, o Canadá e a União Europeia também aprovaram medidas extras de restrição ao Irã. As decisões foram definidas no começo do mês passado.