O governo da Venezuela desmentiu rumores sobre a retirada dos depósitos públicos dos bancos privados, assim como novas intervenções no setor, após a ação realizada há uma semana no Banco Federal.
Em um comunicado publicado nesta segunda-feira, as autoridades financeiras públicas e privadas afirmaram também que "o sistema bancário venezuelano, tanto privado como público, é um dos mais sólidos do mundo".
Houve "uma campanha" contra o governo de Hugo Chávez, mas "queremos negar isso", expressou o vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua.
O texto, que cita declarações de Chávez, apontou ainda que, "na verdade, não há nenhuma razão para que nenhum poupador sair correndo para sacar seu dinheiro assustado porque Chávez vai acabar com os bancos". "Não tenho planos de intervir em nenhum banco", havia dito o presidente.
O comunicado foi publicado logo após a intervenção do Banco Federal na semana passada que, segundo as autoridades, enfrentava problemas de liquidez. Na ocasião, o governo prometeu respaldar os depósitos da quase totalidade dos correntistas da entidade.
Antes do esclarecimento oficial divulgado nesta segunda-feira, Chávez já havia destacado a importância dos depósitos estatais para os bancos privados. "Se hoje eu ordenasse retirar todos os depósitos do Estado que estão nos bancos privados, cuidado, não restaria nenhum banco privado", afirmou o líder venezuelano.
Embora as autoridades tenham alegado que o Banco Federal teria problemas de liquidez e que havia indícios de irregularidades, a medida foi tomada justamente após a emissão de uma ordem de prisão contra o titular da rede de televisão Globovisión, Guillermo Zuloaga, de oposição, o que gerou críticas no país.
A medida contra Zuloaga — que está foragido e é acusado de usura genérica e formação de quadrilha — foi repudiada por opositores e também pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA)