Turquia critica sanções ao Irã e quer solução diplomática com o Brasil


A Turquia disse que a imposição de novas sanções da Organização das Nações Unidas contra o Irã é um "erro" e afirmou nesta quinta-feira (10) que, junto com o Brasil, continuará buscando uma solução diplomática para eliminar as preocupações relacionadas ao programa nuclear iraniano.

Em um discurso realizado diante de um fórum de ministros árabes e turcos, o primeiro-ministro Tayyip Erdogan também anunciou planos para formar uma zona de livre comércio regional com três Estados árabes — Jordânia, Líbano e Síria.

A medida aumenta as preocupações, expressadas na quarta-feira pelo secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, de que a Turquia, aliada do Ocidente, corre o risco de inclinar-se para o Oriente devido à resistência na Europa à sua proposta de se tornar membro da União Europeia.
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A Turquia e o Brasil, membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU, foram os únicos países entre os 15 membros do conselho a votarem na quarta-feira contra a imposição de novas sanções contra o Irã. O Líbano, único país árabe no conselho, se absteve.

"Não queríamos participar em um erro como esse porque a história não nos perdoaria", disse Erdogan em reunião de ministros de 22 membros da Liga Árabe.
erdoganO premiê da Turquia, Tayyip Erdogan, durante encontro nesta quinta-feira (10) em Istambul. (Foto: AFP)

Ele disse que a Turquia pretendia, junto com o Brasil, continuar negociando com Teerã, depois de firmar no mês passado um acordo de troca de combustível nuclear que tinha como objetivo tentar evitar novas sanções.
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No final, os países do Ocidente, juntos com a Rússia e China, consideraram que o acordo fazia muito pouco e vinha muito tarde, e pressionaram por uma quarta rodada de sanções. Enquanto isso, o Irã continua enriquecendo urânio, algo que as potências mundiais temem ser para a produção de armas nucleares.

A Turquia acredita que as sanções serão ineficientes, e que é perigoso encurralar a República Islâmica. "Isolamento não é a solução para os problemas do Irã", disse Erdogan.