Presidente da Síria diz que Israel põe em riso a paz no Oriente Médio


O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse hoje () que aumentaram as chances de uma guerra no Oriente Médio, depois do ataque israelense a uma frota de ajuda humanitária que se destinava à Faixa de Gaza.

Assad afirmou ainda que a Síria se esforça para evitar um conflito regional. Segundo ele, não há possibilidade de um acordo de paz com a atual administração de Israel.

As informações são da BBC Brasil. Perguntado se a ação israelense contra a frota com ajuda humanitária aumentou as chances de guerra no Oriente Médio, Assad disse: "Com certeza, com certeza". Em seguida, ele afirmou que “se você não tem paz, você deve esperar uma guerra todo dia, e isto é muito perigoso".

O governo de Israel instaurou um inquérito para investigar a operação, depois de rejeitar uma proposta da Organização das Nações Unidas (ONU) de promover uma apuração internacional. Mas, segundo a Turquia, não há imparcialidade da investigação conduzida pelos israelenses.

Para Assad, o governo de Israel tem características bélicas. “Principalmente porque provou que seu governo é um governo piromaníaco. Não se pode obter paz com um governo desses".

De acordo com ele, a gestão do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, é "diferente de qualquer governo israelense anterior".

O presidente negou ainda que ocorra uma cooperação da Síria com o movimento Hezbollah. Ele disse que está satisfeito com a parceria comercial com os Estados Unidos e também reiterou que o Irã é um aliado. A Síria vinha tendo conversas indiretas com antigo governo israelense até o ex-premiê Ehud Olmert renunciar ao cargo, em 2008, por acusações de corrupção.

Nos últimos meses, a política externa dos Estados Unidos considerou a hipótese de ter a Síria a seu lado seria uma forma de se aproximar um pouco do processo de paz no Oriente Médio, segundo a  BBC Brasil.

O governo norte-americano ofereceu cancelar as sanções impostas há cinco anos contra a Síria. Em troca, exigiu que a Síria encerre as ligações com o Irã.